Entrevistas
Morgan vai voltar para The Walking Dead? Os showrunners Andrew Chambliss e Ian Goldberg falam sobre o assunto!
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do nono episódio, S04E09 – “People Like Us”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
O personagem de Lennie James, Morgan, finalmente conectou os dois universos de The Walking Dead quando ele passou da nave mãe de The Walking Dead para Fear the Walking Dead. Mas ele poderia cruzar de volta?
No começo do episódio de retorno de Fear, Morgan anunciou sua intenção de voltar para Virginia e para seu amigo Rick Grimes. Ele até providenciou transporte para o norte, cortesia de Althea e seu S.W.A.T. móvel. “Eu nunca deveria ter ido embora”, explicou Morgan a John Dorie. “Meu amigo, acho que ele estava certo. É onde eu pertenço. É onde eu deveria estar.”
Mas será que ele vai chegar lá? Uma tempestade gigantesca já estava começando a causar estragos, e Alicia tinha algumas palavras sábias para Morgan sobre o pessoal que ele estaria deixando para trás aqui se ele fugisse novamente. Então Morgan vai voltar para Alexandria? (Ou para o Lixão? Ou para o Reino? Ou onde quer que ele esteja planejando chamar de lar?)
A Entertainment Weekly conversou com Andrew Chambliss e Ian Goldberg, os showrunners de Fear the Walking Dead, para obter informações sobre este último desenvolvimento, bem como todos os outros acontecimentos na estreia da midseason. Confira:
ENTERTAINMENT WEEKLY: Vamos começar com a tempestade, porque você começa este episódio com zumbis voando, essencialmente. Como vocês colocaram isso juntos? Foi tudo CGI, foram atores dublês em fios? Como você faz zumbis no ar?
ANDREW CHAMBLISS: É um pouco de cada coisa. Eu diria tudo acima. Aquela cena com a qual abrimos o episódio é uma combinação muito cuidadosa de várias cenas. Fizemos muito da tempestade praticamente com barras de chuva, ventiladores gigantes e artistas em catracas que os puxaram para fora do quadro, e então fizemos muitos aprimoramentos, elementos digitais e combinamos algumas placas diferentes e camadas de chuva digital para realmente parecer como se fosse um furacão. A ideia começou com o desejo de ver um wallker entrar em cena e depois ser jogado, e conseguimos isso mais de uma vez. Ficamos super animados com os resultados no final do dia.
A maior manchete para mim saindo desse episódio acontece no início, quando Morgan diz que quer voltar para a Virgínia. O que neste momento o levou a essa decisão, de que ele deveria estar voltando?
IAN GOLDBERG: Como vimos na primeira metade da temporada, o Morgan está em uma grande jornada. Ele começou como alguém que fugiu de Alexandria, de todos que ele era próximo, porque ele acreditava que a melhor maneira para ele viver neste mundo era estar por conta própria. Ele não queria estar perto de pessoas. Isso mudou na primeira metade da temporada, e no final da metade da quarta temporada, ele está sentado em volta de uma fogueira com pessoas – algumas das quais eram amigas, algumas eram inimigas que se tornaram amigas. Foi uma reviravolta inesperada de eventos para Morgan.
Mas ainda há uma grande parte do Morgan que está ligado às pessoas que ele deixou para trás. Vamos ver que ele também está lutando com alguns outros demônios emocionais que vamos revelar quando a segunda metade dessa temporada continuar. E ele pode dizer que está voltando para Alexandria, mas a jornada para chegar lá será preenchida de muitas reviravoltas inesperadas. Estamos ansiosos para saber como as pessoas reagem a essa jornada.
Vamos falar sobre onde todo mundo está emocionalmente aqui enquanto retomamos as coisas, começando com John e June. Ele quer se aposentar para a cabana, ela está preocupada que ela não é a mulher que ele se apaixonou, o que, em relação ao seu nome, pelo menos, é certamente verdade. Isso é algum tipo de acordo em que June não tem certeza se pode simplesmente se permitir ser feliz com tudo o que aconteceu?
CHAMBLISS: Eu acho que é um pouco disso, mas acho que alternativamente no final do dia, é quase como se June talvez nem saiba qual versão do personagem que vimos até agora ela realmente é. Nós a vimos como uma mãe muito reservada que está apenas tentando se proteger. Nós a vimos como a pessoa que se apaixonou, e então a vimos como uma Abutre. Eu acho que seu mal em estar com Dorie é que ela tem que se perguntar quem ela é, e isso não é necessariamente uma pergunta fácil, especialmente quando você fez coisas que você se arrependa. Ela tem muita procura de alma para fazer por si mesma, antes que consiga se abrir totalmente para estar com John.
Vamos entrar na situação de Charlie. Ela aparentemente ficou muda. Achei que no início isso tenha acabado com a perda da família Abutre, mas quando ela retorna o livro O Pequeno Príncipe para Luciana, isso parece indicar que ela está lutando com o assassinato de Nick.
GOLDBERG: Sim, como você disse. Charlie passou por muita coisa por muita gente, mas particularmente por uma criança tão jovem. Sim, ela perdeu sua família Abutre, mas também está lutando com a culpa de ser a primeira Abutre que estava dentro dos portões do estádio e alertou os Abutres sobre a presença no estádio. E matando Nick. Ela carrega muita culpa e bagagem emocional. Existe muita coisa não resolvida em Charlie que ela não sabe como conciliar.
Uma das nossas cenas favoritas no episódio é Dorie tentando se conectar com Charlie como alguém que se isolou em um ponto, como vimos no episódio 4×05. Ele se escondeu em uma cabana porque sentiu muita culpa sobre o que tinha feito e não podia se perdoar por isso e tentou apelar para Charlie para se abrir da melhor maneira que Dorie sabe, através do Scrabble. Mas Dorie pode se identificar com isso e ele sabe que não foi fácil para ele voltar ao mundo, e foi preciso o amor de June, e depois Laura, para fazê-lo se reconectar com as pessoas e perdoar a si mesmo. Charlie ainda não descobriu isso. E vai ser difícil para ela se perdoar.
Enquanto conversamos sobre pessoas que estão claramente confusas, vamos conversar sobre Alicia. Por um lado, ela se isolou de seus melhores amigos. Por outro lado, ela tem o desejo ardente de ajudar um completo estranho que está em perigo. O que está acontecendo com ela e como isso tudo está relacionado à perda da mãe dela?
GOLDBERG: Alicia quer muito continuar como Madison, ela quer levar adiante esse propósito. E seu fracasso em fazer isso é esmagador para ela. Alicia ainda está realmente processando sua dor pela perda de sua mãe e sentindo, como todo mundo, um pouco à deriva e sem propósito. A coisa mais nobre que ela acha que pode fazer é continuar com a força de Madison, e a parte mais trágica do episódio é que, apesar de seus esforços, ela não consegue fazer isso. E isso a deixa questionando: o que eu faço agora se não posso levar isso adiante? O que eu vou fazer? Quem eu vou ser? Essa será sua luta pela segunda metade da temporada.
E ela tem aquela fala depois de tudo que Morgan falou para ela, “Você pode estar lá para eles,” e então ela diz, “Você poderia estar aqui para nós também”. Então você tem essa enorme tempestade agora, e você tem Alicia dizendo para Morgan, “Você seria útil para nós”. Como tudo isso pode potencialmente mudar os planos de Morgan e sua mentalidade sobre voltar para Virgínia?
CHAMBLISS: É uma ótima pergunta que Alicia faz para Morgan e não acho que é algo com o que ele esteja necessariamente lutando de forma consciente. Como ele disse para Alicia no início do episódio, ele deixou muitas pessoas com as quais se importava em Virgínia sem se despedir. E é como se Morgan sequer estivesse processando o fato de que ele agora está fazendo a mesma coisa novamente com esse grupo de pessoas, das quais ele se tornou tão próximo. Quando Alicia joga o conselho que ele deu de volta e diz, “Você está me dizendo que eu deveria ajudar as pessoas a minha volta, bom, você devia fazer a mesma coisa” – essa é realmente a primeira vez que Morgan está percebendo que, de certa forma, ele pode voltar para as pessoas que ele deixou em Virgínia e fazer com essas pessoas a mesma coisa que ele fez no início da temporada. Ele está fugindo de pessoas.
Acho que muito disso deriva do fato de que ele não sabe como ajudar essas pessoas. Exatamente pela mesma razão que Alicia não está vivendo na casa com Luciana e Strand – eles a lembram de todas essas coisas sombrias que ela fez, mas eu não acho que ela tem uma resposta pronta para nenhum deles sobre como prosseguir. É mais fácil abaixar a cabeça e focar em uma missão como seguir esses pedidos de ajuda. Prosseguir, tanto Alicia quanto Morgan terão que encarar essas questões sobre como eles podem ajudar as pessoas a sua volta. Obviamente não vai ser fácil, porque lá pelo final do episódio, Alicia e Morgan seguem caminhos separados enquanto a tempestade se aproxima e aumenta de intensidade.
Okay, o que mais você pode nos contar em termos do que está por vir em Fear the Walking Dead?
GOLDBERG: Podemos dizer que viemos falando da Alicia, e vimos Alicia ser testada muitas vezes antes, de formas muito diferentes. Mas não acho que já tenhamos visto ela ser testada desse jeito, como veremos no próximo episódio. Isso é um nível emocional completamente novo para Alicia.
CHAMBLISS: E vai ter água. Vai ter muita água.
Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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Fonte: Entertainment Weekly