1ª Temporada
Talking Dead Brasil #0 – Dave Erickson, Cliff Curtis e Kim Dickens
Aparentemente nossos sobreviventes estão entrando em mar aberto em um barco, mas não um barco qualquer. Algum iate super equipado, o que é muito radical. Quem diria que o apocalipse poderia ser tão luxuoso? Mas será isso bom demais pra ser verdade?
Os convidados da noite foram Dave Erickson, showrunner e produtor executivo, Cliff Curtis, mais conhecido como Travis, e Madison em pessoa, Kim Dickens.
Chris Hardwick: Kim, acho que a primeira vez que te conheci, eu te disse que eu era um super fã de Deadwood, é uma honra conhecê-la. Eu queria poder ter feito um Talking Deadwood quando a série estava sendo exibida. Mas parabéns pela temporada, e sejam bem vindos à família The Walking Dead. Como tem sido a reação dos fãs até agora? Você já passou por algo assim antes?
Kim Dickens: Não, nunca passei. Essa foi minha primeira Comic Con, por exemplo, e eu acho que todos nós estávamos lá pela primeira vez juntos, e vimos nosso trailer pela primeira vez, com o público. Então isso foi bastante excitante.
CH: É, porque enquanto vocês estão gravando vocês basicamente têm que manter segredo e estão em seclusão e de repente vocês aparecem na Comic Con e isso é um parâmetro bastante real do que é o fandom e o quão excitante isso é. Como foi para você, Cliff?
Cliff Curtis: Foi ótimo! Acho que eu realmente gostei de ver o quão generosa a audiência foi. Eu estava preocupado, achando que eles apareceriam com foices e espadas e bestas… Mas eles foram todos muito, muito amigáveis. Famílias inteiras de pessoas sorridentes.
CH: É. Aliás, você não apenas está usando o visual perdidão do episódio de hoje, eu também quero que as pessoas vejam as meias de Cliff. Ele está usando meias dos Misfits.
CC: A história… Eu tenho caveiras nelas. Tem uma história. Quando lemos o piloto, Kim me deu essas meias de presente.
CH: Oh! Que bonito! E agora você as está vestindo por ela, porque a ex mulher está fora do jogo, vamos lá, pessoal… Não fiquem esquisitos sobre isso. Mas eu quero que vocês dêem mais um crédito a Cliff, que viajou lá da Nova Zelândia só para estar aqui neste programa esta noite. Obrigado por vir. Seu sotaque americano é perfeito, o que você acha do sotaque americano, e no que você pensa quando o está fazendo?
CC: Eu tenho treinadores de voz que monitoram cada sílaba do que eu digo e eles me dão dicas entre as cenas e é muito difícil para mim. É um verdadeiro desafio. Mas, sabe… Também temos Kim aqui e… o outro desafio é não imitar o sotaque sulista bacana dela.
CH: Certo. Porque você não quer ficar muito Rick de repente, essa coisa é…
CC: Não, esta vaga já foi preenchida.
CH: É, já foi preenchida. Dave, em que momento você soube que terminariam a temporada com Abigail?
Dave Erickson: Acho que sempre soubemos que terminaríamos na costa. Era importante para Robert e eu que chegássemos ao Pacífico. Foi bem tarde que os escritores decidiram que haveria um barco. E eu acho que abre algumas opções interessantes para nós e a ideia… Nós percebemos que provavelmente não somos os únicos com a ideia brilhante de pegar um barco para fugir dos zumbis em terra… Mas eu acho que vai haver todo um mundo interessante no oceano.
CH: Eu quero falar um pouco sobre o ritmo da série. Porque ela começa… Quero dizer, obviamente esse é o início do fim da civilização. Então, no primeiro episódio, as pessoas estão tipo “Onde está todo… O que é… O que estão…” e eles parecem estar bravos com os personagens as vezes por não saberem que isso era um apocalipse zumbi. Tipo, você sabe mais do que esses personagens sabem! Eles ainda não sabem que não podem ir em direção às pessoas com os olhos opacos. Tipo, ninguém ainda sabe disso.
DE: Isso incomodou as pessoas? Eu não percebi.
CH: Nas mídias sociais? Não, imagina, ninguém diria nada. Nos diga um pouco sobre… Eu sempre falo com as pessoas e digo “é, a civilização ainda tem que desmoronar para conhecermos os personagens primeiro, daí tudo pode acontecer.”
DE: Nós temos uma janela de tempo… E o que é interessante é que nas primeiras semanas da série ainda não estamos no ponto onde Rick acordou do seu coma. Ainda temos um pouco mais para explorar durante a segunda temporada. Mas a ideia que eu e Robert tivemos foi olhar para o apocalipse através do filtro de um drama familiar, no início, e depois explodir com o que tivemos no final da primeira temporada.
CH: É, porque eu espero que as pessoas não estejam tão paranóicas com um apocalipse zumbi no momento que alguém aparece doente em público e de repente as pessoas começam a atirar nas cabeças de todo mundo. Quero dizer, se isso realmente acontecesse, sua primeira reação humana seria pensar “ah, talvez aquele cara tenha comido sais de banho, ou talvez outra coisa esteja acontecendo…”
DE: Sim, exatamente. O instinto foi de que se você vir alguém que conhece, um amigo, colega, sabe, alguém que tomou café com você ontem, seu primeiro pensamento não seria pegar algo pesado e enfiar na cabeça dele.
CC: Eu não sei, um dos caras estava comendo um cachorro.
DE: Você ainda se apegaria à sua humanidade.
CH: Sim. Você demorou um pouco para começar a socar as pessoas por ai, na verdade. Mas finalmente no último episódio você acabou fazendo. Kim, uma coisa que eu adoro sobre os personagens que você interpreta é que eles têm complexidade. Eu sempre sinto que há mais acontecendo do que o que vemos. E parecem haver pistas de que Madison tem um passado meio obscuro. Você concordaria com isso?
KD: Eu concordaria. Parece mesmo que ela tem, ela é muito complicada…
CH: Mas ela é bem durona, tipo, logo de cara.
KD: Sim, ela é durona. Quero dizer, ela toma decisões difíceis rapidamente. E isso é muito divertido de interpretar, eu adoro isso sobre ela. Não que ela quebre as próprias morais nem nada, mas ela fará uma decisão difícil.
CH: É, porque ela nem pisca quando Salazar está com aquela pessoa na cadeira, ela nem… Ela só tipo “okay, você está fazendo isso. Certo, já volto.”
KD: “Desse jeito você consegue respostas? Certo, estarei lá em cima.”
CH: Sim! E o que você acha que tem nela que a torna uma boa sobrevivente?
KD: Bom, eu acho que ela provavelmente teve uma criação bastante dura. Eu acho que ela passou por coisas muito difíceis mesmo como adulta. Ela perdeu seu marido, ela tem sido uma mãe solteira criando dois adolescentes, e trabalhando numa longa jornada, tem um adolescente que é viciado em drogas… Eu só acho que ela é adaptável.
CH: Sim, porque o relacionamento dela com Nick parece… Com o que ele está passando… Parece que é familiar a ela, de certa forma. Então talvez isso seja uma coisa que será melhor explorada conforme o desenrolar da série.
DE: Sim, provavelmente iremos.
KD: Mesmo?
CH: Cliff, por que é importante para Travis ser o prefeito da zona segura?
CC: Eu não sei, na verdade. Mas minha opinião é que ele é um cara da comunidade, então ele realmente ama a estrutura, os luxos de se viver em uma sociedade civilizada e organizada. Ele sabe o seu lugar. Então ele está se agarrando àquela ideia de que podemos simplesmente continuar e nos manter civilizados na situação e conseguiremos passar por isso. Mas ele é muito consciente da possibilidade de as pessoas perderem a cabeça e se juntarem em um motim e simplesmente enlouquecerem. Nós vemos isso no segundo episódio, eles estão se revoltando nas ruas, e ele não quer isso.
CH: É, isso é uma coisa sobre o universo The Walking Dead… Definitivamente, todos que têm fé na sociedade e nos homens eles acabam sendo cagados, tipo… É difícil ser… Sabe…
CC: Sim, quero dizer, nesse universo, é a pior coisa a se ser. Se torna uma fraqueza. Mas o que gosto sobre Travis é que sua fraqueza está vindo de um lugar forte. Ele tem um código moral, ele tem uma ideia clara de onde ele se encontra.
CH: É, ele não sai simplesmente correndo e batendo nas pessoas por aí, demorou uns 6 episódios para fazer isso…
• Tradicionalmente, no final do segundo bloco do programa, o quadro In Memorian homenageia os mortos durante o episódio. (nesse caso foram os mortos da temporada)
– Zumbi do Vídeo Viral
– Calvin
– Calvin Zumbi
– Zumbi “Cadê minha cara?”
– Diretor Art
– Babá Susan
– Kimberly da Delux Donuts
– Zumbis da Invasão de Daniel
– Zumbis do Corredor do Terror
– Soldado do Motor na Cara
– Griselda
– Liza
“Vamos navegar… E rezar… Para que zumbis não saibam nadar.”
“Los Angeles é uma cidade muito interessante, e assistir a civilização desmoronar num lugar tão interessante faz tudo ser muito mais legal. Tem tanto sobre essa região, sobre essa área, sobre Los Angeles, que muda as coisas, sabe. Na outra série eles estão vivendo em um clima bastante úmido, aqui estarão vivendo em um clima bem seco. Então conforme a série progride, você vai ver uma diferença substancial em como esses corpos se decompõem e como essas coisas operam e qual é sua aparência.” – Robert Kirkman.
CH: Bom, não é como se eu estivesse traindo o outro Walking Dead, é mais como se tivéssemos um relacionamento aberto e eu estou namorando sua irmã mais nova. Um cara no Twitter disse “Travis não é mais um pacifista, mas ele irá pacificar um soco na sua cara se você mexer com esse pessoal.” Muito boa. Temos uma tonelada de perguntas, porque estamos juntando isso durante toda a temporada. Essa é especificamente sobre LA, Johnny F quer saber “Porque escolher LA? Vamos ver zumbis celebridades e paisagens?” Tipo, Bradley Cooper zumbi andando por ai…
DE: Havia uma versão mais antiga do script onde tínhamos um personagem que era meio que um… um ator do ramo cinematográfico e então decidimos não fazer isso.
CH: Não?!
DE: É, é verdade… Bem, pareceu fácil demais, de certa forma, sabe. Eu acho que toda a construção de LA é meio que sobre se reinventar. As pessoas vão até lá para se reinventarem. Nós falamos sobre Madison antes, uma pessoa que tem um passado e uma história na qual começaremos a entrar conforme prosseguirmos na segunda temporada e além. Mas sentimos que havia um drama muito interessante ao se criar essa sobreposição entre nossos personagens e a cidade.
CH: Eu só acho que seria muito legal se vocês tivessem, tipo, um personagem que fosse um daqueles caras vestidos de Homem-Aranha na frente de um cinema. Só um cara que pensava ser o Homem-Aranha.
DE: Sempre acontece…
CH: Mas eles nunca chegam a Hollywood. Kim, como você descreveria o relacionamento de Madison com Nick?
KD: Bem, é bastante complicado. Eu realmente amo esse relacionamento porque eu acho que é tão honesta a maneira como foi escrita. É bastante obscura, sabe, uma mãe e um filho que tem problemas com drogas e a casa é… Há tanto amor lá, tanta dor e tanta perda diariamente… Eu realmente amo a complexidade e a escuridão dessa relação.
CH: E quando ela o encontra na outra casa e simplesmente se descontrola…
KD: É, ela perde o controle. Ela perde o controle e… Eu também achei que aquele momento foi muito honesto. Não houve hesitação nem julgamento como atores, sabe. Depois de tudo que Madison viu e todas as chances que ela deu a ele… E ele fez algo desprezível.
CH: Dave, por que é tão importante ter um personagem como Nick na série?
DE: Bem, a coisa legal sobre Nick é que ele é alguém que tem vivido às margens por um bom tempo… E ele tem essa epifania no fim da temporada que é “todos estão ficando no meu nível agora”. Então eu acho que o que era intrigante para nós era explorar um personagem que estava vivendo seu próprio apocalipse muitos anos. E veremos como essa pessoa vai se sair conforme seguimos para a segunda temporada e além.
CH: É, porque essencialmente, essa é uma série na qual você tem a oportunidade de ver no que as pessoas se transformam quando as circunstâncias são extremas. E é quase como se Nick tivesse essa intervenção esquisita e apocalíptica. E ser capaz de sair disso… Esse trabalho de personagem vai ser bem interessante. Mas uma tonelada de pessoas estava realmente preocupada com as roupas dele. Tantas pessoas. Alguém escreveu no twitter “Por que Nick não tirou aquelas roupas de velho? Alguém vai acabar o confundindo com um zumbi.” Havia algo em específico sobre o guarda roupas de Nick que você achou importante?
DE: Aquela jaqueta barracuda era algo que queríamos manter o máximo possível e eu… Eu acho que Frank Dillane se apegou muito a ela, ele se apegou ao figurino. Ele também provavelmente é um cara que tem vestido a mesma coisa por um certo tempo, já que ele estava nas ruas. Então… a gente manteve a eletricidade enquanto estávamos confinados… Então poderíamos ter lavado aquilo.
CH: Sim. Agora queremos saber o que vocês pensam. Eu adoro o Strand. Temos uma abotoadura aqui em sua homenagem. Cliff, o que Travis pensa logo de cara sobre Strand?
CC: Não é bom. Eu não gosto do cara, não gosto do cara. Ele é ótimo para a série, mas ele é a antítese de Travis. Ele não tem moral, ele é um daqueles caras que prega a força, é meio arrogante, ele… Eu não gosto do cara. Eu escolho Salazar em qualquer situação ao invés desse cara.
CH: É, é claro que você ia querer um soldado que pode torturar as pessoas para conseguir informações delas.
CC: Mas não o cara vendendo abotoaduras. Eu gosto do terno, no entanto.
CH: O terno é incrível.
CH: Dave, você pode nos dizer alguma coisa sobre Strand?
DE: Vamos aprender muito mais sobre Strand na segunda temporada. Foi interessante para nós ter um personagem que não vemos muito frequentemente em The Walking Dead, alguém de importância, alguém que tem dinheiro, uma pessoa influente. E vemos que aquela é sua casa, aquele é seu barco. Ele definitivamente é um cara esperto, mas ele não é alguém com seus próprios planos e ideias.
CH: Eu sei, mas eu meio que o vejo como o Han Solo do grupo. Ele acaba sendo meio que o adorável solitário, e esperamos que no fim ele talvez faça a coisa certa.
DE: E Abigail é a Millenium Falcon.
CH: Exatamente! Corretíssimo! Quem é o Chewie? Eu acho que pode ser Nick.
“A resposta dos fãs a Tobias tem sido realmente maravilhosa para mim, e eu acho que ela tem a ver com o fato de que nós, como fãs, sabemos tudo sobre o mundo de The Walking Dead e agora estamos tendo a oportunidade de ver o início desse mundo e como a civilização desmoronou. E Tobias é o único que está atualizado com o que sabemos, então acho que isso contribui para o amor que os fãs têm por ele. Acho que Tobias foi em parte responsável pela rápida adaptação de Madison a esse novo mundo, à civilização desmoronando. Tudo o que Tobias disse a ela apenas a ajudou a se ajustar melhor a este novo ambiente. Sobre para onde Tobias está indo, desde a última vez em que o vimos quando se separou de Madison, seu palpite é tão bom quanto o meu. Eu espero que onde quer que ele esteja, esteja a salvo. E com uma faca maior.” – Lincoln Castellanos.
CH: Eu espero que… Dave, o traga de volta, vamos lá, cara. Os fãs querem isso.
DE: Aqui vai uma coisa boa que direi sobre Tobias. Eu amo Tobias. Ele não morreu. E há um bom número de personagens da primeira temporada que desapareceu e… Se você não o viu morrer, então ele ainda está vivo. Eu gosto de pensar que ele provavelmente encontrou sua mãe. Nunca se sabe.
CH: Você sabe, porque é sua série. Kim, onde você gostaria de ver Tobias chegar? Onde você acha que ele pode estar?
KD: Eu não sei, posso imaginá-lo chegando num barco a motor de alguma forma, até o barco. Eu não sei, ele é um ótimo medium. Mas aquela faquinha… É… Eu pensei “O que você vai fazer? Assassinar um vegetal com isso?”
CH: Ele poderia, sim! Cliff, por que Travis não conseguia matar o zumbi da loja de donuts?
CC: Kimberly?
CH: Sim, sim, esse é seu nome.
CC: O nome dela era Kimberly. Não é apenas por isso, mas também… Eu achei interessante haver essa força escondida em Travis. Eu sei que ele parece um pacifista e um doce, mas no fim ele não vai fazer essa escolha porque alguém está o dizendo para fazer, ele vai fazê-la em seus próprios termos. Sabe, é uma das situações mais difíceis de se estar, você tem os militares te cercando e te dizendo para fazer alguma coisa. E isso é muita pressão e ele diz “não”.
CH: Para aqueles personagens parece ser muito rápida a transição para “está tudo bem atirar na cabeça das pessoas agora”.
CC: Os primeiros três episódios, na verdade, acontecem num período de 48 horas, então são dois dias. E depois passamos mais uns 9 dias para frente, eu acho, ou uma semana, algo assim. Então Travis não está pronto para reformular sua moral e quem ele pensa ser. E eu, na verdade, acho que isso é bom para a série, porque há outras pessoas duronas. Tem a Kim, Salazar e Nick.
CH: Eu devo dizer… Eu trabalho para The Walking Dead há 5 anos agora e… Você não quer ser o cara cheio de moral nessa série. Toda vez que há alguém de moral, Dale, Hershel… É, mas eu não sei. Agora um fã da platéia pode subir aqui e fazer sua pegunta. Venha! Olá! Qual o seu nome?
Victoria: Sou a Victoria!
CH: Qual a sua pergunta, Victoria?
Victoria: Bom, é para todos vocês. Qual vocês acham ser a maior ameaça aos sobreviventes? Os militares, os zumbis…?
KD: Ah, eu acho que os militares, no fim.
CC: Os zumbis.
CH: Dave?
DE: No fim, são os militares. Mas isso vai evoluir conforme continuamos a temporada.
CC: O que?
CH: E você não pode dizer, eu sei. Eu posso ver o sorriso no seu rosto, você sabe o que vai acontecer! Você sabe! Diga só uma coisa, Dave.
DE: Os zumbis vão se tornar muito mais perigosos conforme… Veja, nós chegamos a um ponto nesse último episódio em que tivemos nossa primeira horda, tivemos nosso primeiro… Quero dizer, esse episódio foi bem grande em matéria de primeiras coisas.
CH: Esse episódio teve de tudo: uma horda, a morte de um personagem…
DE: Eu acho que isso sugere para onde estamos indo.
CC: É um jogo de números, sabe. Eu não sei quantos militares há no país, mas há 360 milhões de zumbis em potencial apenas na América do Norte.
CH: Sim.
CC: Então realmente é um jogo de números.
CH: Victoria, sabe… Eu tenho isto para você que… Eu acho que vai combinar muito com você… E se você quiser ir colocar e voltar, ou você pode ir montar uma banda cover do Weezer, não sei. Mas se você quiser, é mais que bem vinda para voltar no final como cosplay de Nick. Muito obrigado!
• Durante o quadro Inside the Dead ficamos conhecendo algumas curiosidades sobre o episódio:
– Esta cena mostra uma das coisas mais aterrorizantes de Los Angeles. Trânsito. A produção fechou completamente uma seção da rodovia 710 para capturar essa cena.
– O produtor executivo Dave Erickson descreve Ruben Blades, que interpreta Daniel Salazar, como um homem da Renascença. Além de ser um músico de salsa ganhador de múltiplos Grammy Award, Blades possui diploma de Direito de Harvard e já participou de eleições para o cargo de presidente do Panamá.
– Alguns fãs podem reconhecer Frank Dillane do seu papel como Tom Riddle em “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”. Ele é filho de Stephen Dillane, mais conhecido como Stannis Baratheon em “Game of Thrones”.
“Não há dúvidas na mente de Daniel de que a mudança ocorreu. E isso significa que não há mais regras. Jogar pelas regras é diminuir as expectativas de sobrevivência, o que ele não quer fazer. Ele vai sobreviver e espera que sua família também sobreviva. Para sobreviver será preciso vontade. Não vai ser dado de mão beijada. O que sinto ao ver Daniel é que seus piores medos se materializaram. Ele nunca nunca, jamais esteve tranquilo. Ele sempre esteve um passo atrás da esperança. Ele tem essa ideia de que nada vai ser como costumava ser.” – Ruben Blades.
CH: Kim, por que Daniel e Madison parecem se entender tão bem?
KD: Bom, ambos possuem seus segredos obscuros, não?
CH: Sim, eles têm mesmo.
KD: Bom, eu não acho que ela tenta logo de cara, mas daí ele fica cutucando e perguntando coisas difíceis e eles meio que se abrem um pro outro. Eu sinto que eles têm confiança um no outro, sabe?
CH: Ela parece muito pragmática na maneira como ela meio que diz “quer saber, faça o que for preciso pra isso funcionar.” E nós vimos isso quando ela estava na escola e depois mais pra frente. Cliff, quando o soldado finalmente atira em Ofelia e você surta, você acha que aquilo foi a última gota? Você acha que Travis mudou de vez agora ou você acha que aquilo foi só um lapso temporário?
CC: Essa é uma boa pergunta, eu não sei. Talvez você precise perguntar para ele ali. Mas o que foi interessante é que havia rascunhos em que isso acontecia antes, na cena da tortura. Em uma versão ele vai pra cima de Salazar e bate nele. Essa era uma versão, mas seguramos mais um pouco. E quando ele devia ter matado Kimberly, e também seguramos isso. Estava na verdade só acumulando a um ponto no qual esse personagem simplesmente não podia mais se conter. Além disso, esse soldado prometeu algo a ele, e é ali que ele chega no seu limite. Ele quebrou um código moral. Ele tinha um acordo com esse cara e agora nós vemos o que acontece com Travis se você coloca sua família em perigo de certa forma, e você faz um acordo com ele. É tipo, não erre.
CH: Eu acho que muitos personagens, particularmente na outra série, começaram sendo pessoas comuns e apenas de estarem nesse mundo eles, lentamente, são mudadas e acho que há esse ponto.
CC: Eu não acho que ele está completamente mudado ainda.
CH: Então ainda há muita coisa a ser mudada.
CC: Eu acho que sim.
CH: Quem é o novo Rick? Travis? Eu acho que Travis passou um pouco pela transformação de Rick ali no final, as coisas não vão se desenrolar até mais tarde. Madison? Questiona o exército, não pensa duas vezes para matar zumbis. Daniel? Vamos ser sinceros, ele já está no modo Ricktator. O que vocês pensam? Eu sei que são séries diferentes, mas se forem comparar, quem vocês acham que se parece mais com Rick?
KD: Eu. Desculpe, Madison.
CC: Eu acho que Daniel seria uma resposta muito tentadora, mas… Ela tem o sotaque sulista.
CH: Ela já está no ponto.
DE: É um elemento interessante de seu personagem. O pior.
CC: Eu suspeito… Quando eu li o enredo pela primeira vez…
DE: Quero dizer, não dissemos ainda de onde Madison é.
CH: Isso é verdade! O que isso significa?
DE: Eu não sei.
CH: Como você ousa fazer isso?
DE: Eu estou surpreso de ninguém ter comentado sobre isso. Isso é o que me choca. Porque você não escuta esse sotaque sulista o tempo todo e…
CH: Então você acha que vai chegar uma hora que ela vai dizer “Devíamos ir para Atlanta ver meu irmão, Rick Grimes!” Isso seria demais! No entanto, 41% das pessoas disse que Travis é, por pouco, mais Rick que Madison, com 39%. Eu não acho que Madison seja Rick, acho que Madison é Shane. Porque… É! Ah, apenas aceitem isso! Aceitem! Porque… ela transou com a Lori. Brincadeira. Não, porque você… Shane já começou num ponto em que ele sabia que as coisas deviam ser feitas e você sabia que… Bom, Rick começou bastante “vamos todos nos acalmar aqui”, quero dizer, ele realmente declinou. Mas Shane e Madison meio que começaram no mesmo lugar, onde eles estão dispostos a fazer o que precisa ser feito nesse mundo. E por isso eu acho que os personagens são mais… Você já é uma líder, você já está lá.
ENTREVISTA COM A PRODUÇÃO E O ELENCO:
Dave Erickson: Hoje estamos gravando o que será o fim de um dos nossos personagens, uma das nossas primeiras mortes significativas.
Stefan Schwartz: Liza, na verdade, foi mordida antes por um infectado, como os chamamos. E agora é o trabalho de Cliff dar um fim nela. É uma cena emocional.
Elizabeth Rodriguez: Eu estava brincando sobre quando eu morrer de verdade não vai ser épico assim, a não ser que alguém me jogue de um helicóptero e grave. É complicado com um helicóptero, não porque eu estava deitada numa piscina do meu próprio sangue, mas porque você escuta aquele barulho e não consegue dizer se está muito perto ou muito longe. Mas pareceu algo saído de Apocalipse Now.
Dave Alpert: Tudo o que Travis queria fazer era manter sua família junta. Ele queria misturar suas duas famílias separadas para formar essa família grande e única. Ele tem essa ideia de que era possível. Quando Liza é mordida, basicamente ele percebe que não é possível, que acabou. Que a sua maior esperança, desde antes de isso começar, foi destruída. Esse é um momento devastador para ele, seu coração está partido. Isso meio que vai ressoar por muitos anos.
CH: A última cena de Liza foi incrível e tão devastadora. E ainda assim há um momento em que você diz “vou fazer” e Madison diz “não, eu tô de boa”. Você acha que ela queria protegê-lo disso ou havia alguma outra coisa, sabe… Ela estava meio de mal de Liza naquele ponto?
KD: Não, eu acho que seria mais sobre salvar meu parceiro disso. Se eu tivesse que fazer, eu teria feito. Mas eu não acho que ela estivesse brigada com Liza. Liza fez o homem com quem estou, sabe, formou este caráter. Não acho que era sobre Liza, era sobre fazer o que precisava ser feito.
CH: Como você acha que vai ser o relacionamento entre Travis e Chris agora?
CC: Uma bagunça, cara. Eu não consigo nem pensar em como se cava para fora desse buraco. Mas só queria frisar a todos sobre Elizabeth, a atriz… Quão bonito foi trabalhar com ela e como o trabalho que ela fez naquela cena foi maravilhoso.
CH: Foi bastante… Eu realmente fiquei surpreso. Mesmo conhecendo esse universo eu me surpreendi de ver um personagem principal morrer daquele jeito. Ela era muito querida pelos fãs e… Bom, obviamente ela sabe que está assinando um contrato para 6 episódios, mas acho que não faz as coisas serem mais fáceis na hora.
DE: Não, na verdade… Quero dizer, Elizabeth foi fantástica, ela é uma atriz maravilhosa e ela é uma pessoa incrível. Foi triste. Houve momentos durante a temporada nos quais eu comecei a pensar se devia adiar isso um pouco mais…
KD: Ah, nós vamos sentir falta dela. Nós ficamos surpresos, os outros atores nem sabiam.
CH: E é algo que é realmente um saco, mas a coisa importante sobre mortes nessa série, e como eu me tornei o terapeuta de The Walking Dead, é que são importantes na história. Porque afeta os outros personagens de maneira tão dramática, deixa todos sem chão.
CC: Eu achei que seria o Travis. Tipo, se ela é Rick James…
CH: Ela é Rick James? Rick James, vadias!
CC: Rick Grimes!
CH: Ela não é Rick James.
CC: Achei que ela fosse.
KD: Eu quero ser Rick James.
CH: Você pode ser Rick James. Você pode muito ser Rick James. Temos uma ligação. Qual seu nome e de onde você fala?
James: Sou James, do Tennessee, e minha pergunta é: Ofelia realmente sentia algo por Adam ou ela estava apenas o usando?
DE: Ela… Era um pouco de ambos. Eu acho que Ofelia é alguém que está se ajustando ao apocalipse. Para mim, a prioridade era achar Madison pela sua mãe. Então ela entrou nesse relacionamento sabendo que ia usá-lo para conseguir acesso a isso, para ajudar Griselda. Mas ela ainda é uma pessoa muito boa e pura, então acho que ela tinha sentimentos misturados. Mas eu acho que ela gostava de Adam e se não fosse pelo apocalipse, eles poderiam ter namorado.
CH: Bom, você me perguntou “Quem você acha que é o Governador?” e no grupo atual eu acho que pode ser Ofelia. Porque ela o manipulou completamente, você pode ver que ela o estava manipulando. Ela tem o poder de manipular. Eu acho que na situação certa você pode vê-la entrando completamente no seu lado negro. Dave, você sabe como vai chamar os mortos vivos? Porque parte da coisa é não se usar a palavra zumbi. E você sabe, o Governador os chamava de Mordedores, o pessoal do Rick os chama de Errantes.
DE: Haverá uma nova palavra quando chegarmos à segunda temporada. Na verdade eu estou curioso para saber o que os fãs pensam, pra ser sincero. Eu acho que… Nós os chamamos de Infectados por causa da perspectiva dos nossos personagens, que pensam que é um vírus.
CH: E isso implica que são humanos. São humanos infectados.
DE: Estão infectados por algo para o qual pode haver uma cura, e sabemos definitivamente no fim da temporada que não há cura. Então iremos seguir com algo diferente.
CH: Então as pessoas podem mandar sugestões, como Doentinhos ou Eca-Ecas.
DE: Qualquer coisa que não seja “zumbi”.
CH: Qualquer coisa que não seja “zumbi”. Cliff e Klim… Ah, Klim… Rick James! Madison Super Freaky. Kim e Cliff, sobre Travis e Madison, o que vocês acham que vai acontecer com o relacionamento deles agora? Quero dizer, agora que eles tiveram que passar pelo que houve com Liza e entrar no barco e Chris e tudo o mais… Vocês sentem que que o relacionamento deles vai ficar mais forte?
CC: Eu acho.
KD: Eu acho, acho que eles têm uma base bastante sólida e… ainda estão transando e…
CH: Você tem uma caneca de “melhor mãe do mundo” no carro, ou algo do tipo?
KD: Era do Yosemite, né?
DE: Sim, Yosemite.
CH: Ah, o Parque Nacional de Yosemite. Dave, o que podemos esperar para a segunda temporada?
DE: Eu acho que a pergunta, pra mim, é: ambas, Liza e Madison, disseram que se Travis tivessem que fazer o que fez, isso o arrasaria. Então eu estou ansioso para ver se ele fica arrasado ou não. Eu não acho que irá. Eu acho que… Isso acaba com um barco, um grande e luxuoso super iate. Acho que acabaremos naquele barco, acho que chegar nele será um desafio maior do que suspeitamos. E acho que quando chegarmos, se chegarmos, a pergunta será quem mais está na água agora? E quando se tem um barco como esse, quem mais pode querê-lo? Então veremos uma situação em que teremos os zumbis como um problema, mas também teremos o mesmo problema com as pessoas.
CH: Sim, claro. E eu sinto como se estivessemos falando de Madrugada dos Mortos. “Hey, estamos num barco, vamos para… opa, esse é um problema.” Qualquer lugar é um problema.
DE: E então a pergunta será pra que lado eles vão. Eles irão para o norte, ou para o sul? Ou para…
CC: O Havai!
DE: Nova Zelândia.
CC: Havai depois Nova Zelândia.
DE: Teremos zumbis no paraíso.
CH: Antes de irmos, queria ver nossa moça da plateia voltar com as roupas de Nick. Ah, tão bom! Tão bom! Você está fantástica!
Victoria: Obrigada! Oi mãe!
CH: Está tão parecido. Não há drogas pra você aqui, okay?! Eu sei, sinto muito. Você pode ficar com elas, então você já tem uma fantasia pro Halloween. Você vai ser o primeiro cosplay de Nick. Muito obrigado por estar aqui, Victoria. Lenny quer saber: “Quem você acha que vai se tornar mais forte no grupo e quem vai ceder à pressão?”
KD: Você é o chefe.
DE: Eu acho que vamos ver Madison e Travis continuarem fortes. Será um desafio. E, sobre quem vai ceder… Isso é interessante. As pessoas que parecem menos preparadas para a vida real, como Nick por exemplo, acho que são as pessoas mais adaptáveis e mais preparadas para o apocalipse. Então as pessoas que realmente estavam bem resolvidas e tinham um plano bastante específico de onde queriam ir, essas são as que vão ceder primeiro.
CH: Eu quero te parabenizar. Eu acho que o final da temporada foi um choque e eu espero que a próxima também comece com um choque.
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