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Review Fear the Walking Dead S05E12 – Ner Tamid: Uma boa surpresa
“Ner Tamid” foi o décimo segundo episódio da 5ª temporada de Fear the Walking Dead. Venha conferir a nossa crítica ao episódio e comente conosco.
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo segundo episódio, S05E12 – “Ner Tamid”, da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Não é uma novidade por aqui desde que a quinta temporada iniciou que o redator está infeliz com o desenvolvimento da história. Entretanto, o décimo segundo episódio foi absolutamente surpreendente, já que quebrou a sucessão de fracassos dos onze anteriores. Não que Ner Tamid tenha sido uma grande obra de arte. Entretanto, dentro de uma onda ruim de roteiro, conseguiu se sobressair.
Claro, há uma profunda preguiça de trama quando vemos Fear the Walking Dead praticamente copiar a série mãe e inserir um personagem líder religioso em história de vida praticamente igual a do Padre Gabriel que abandona sua congregação a própria sorte. Entretanto, o personagem conseguiu tecer um carisma e apresentar uma versatilidade bem maior na sua estreia do que o Padre teve na série mãe na quinta temporada. Aliás, curioso que ambos os personagens com enredo próximo tenham sido inseridos no mesmo ano das suas respectivas temporadas: o quinto.
Charlie que por muito tempo teve minha antipatia, conseguiu demonstrar camadas. A forma como ela se preocupa em não retornar a ser quem era com os Abutres e a busca incessante por um lar, misturados com os diálogos que pela primeira vez nessa quinta temporada apresentaram profundidade, trouxeram um bom desempenho para a garota. Sua dinâmica religiosa e de princípios foi bem explorada e a relação com Jacob funcionou de forma atraente.
June e John retornaram aos tempos de ouro e voltaram a funcionar como um casal, sem apelar para a dramaticidade. Viram as necessidades e os dois juntos trabalharam para vencê-las, sem grandes momentos de despedidas infrutíferas. Aliás, novamente nós vemos uma forma diversificada de fugir dos mortos vivos, que vem sendo marca frequente nesse quinto ano (de hélice de avião ao carrinho de controle remoto), o que é uma das poucas coisas de mérito nessa temporada. Toda a sequência da escada adicionou uma leve tensão no ar, embora incomodasse as vezes que qualquer um dos mortos não precisaria muito esforço para alcançar os dois em cima dos carros.
Dwight e Sarah também foram uma boa combinação no décimo segundo episódio. Não sei se irão aproximá-los mais ainda, mas é a típica amizade que daria certo. Sobre esse arco, a única coisa que eu me perguntava era: cadê o Wendell? A última vez que o vimos foi na magnífica cena do episódio oitavo, onde ele faz todo o esforço possível para religar as luzes para sinalizar ao avião que Althea pilota. Sarah até chegou a citar que ele e as crianças estão cuidando dos poços de petróleo, mas a fala foi tão rápida que quase é imperceptível. É estranho que o vínculo tão forte deles tenha sido colocado de escanteio. A dupla é quase um Tom e Jerry, Chewbacca e Han Solo, Marty McFly e Doc Brown ou Woody e Buzz Lightyear, não dá para ver Sarah e não pensar imediatamente no seu irmão Wendell. Então, a desconexão que estão trazendo para eles parece caminhar para uma tentativa de fazê-los aparecer mais na trama e isso significa basicamente uma coisa: um dos dois irá se despedir da história logo.
Mesmo com uma boa química de personagens e uma trama mais palatável, ainda temos alguns pequenos desleixos e erros de roteiro. Até agora não nos foi explicado o motivo do comboio estar buscando um local para chamar de lar se Logan já definitivamente abandonou a fábrica de jeans.
Outra ilógica da trama é o fato de Logan passar todo o momento afirmando que suas reservas de gasolina estão escassas e mesmo assim seguir cruzando o estado do Texas atrás do comboio. Quem tem escassez de recurso, poupa, pela lógica.
Já na trama de Charlie, temos dois momentos incômodos: o primeiro deles se dá no fato de que, John e June são praticamente como pais da garota desde o final da quarta temporada. De repente, temos uma cena vexatória em que Dwight diz estar faltando alguém no grupo de 38 pessoas e ninguém se dá conta que Charlie está ausente. É sério mesmo que uma pessoa – ainda mais sendo uma adolescente, de quem os adultos responsáveis dificilmente tiram os olhos – que faz parte do núcleo do grupo é simplesmente esquecida, como se fosse uma nova conhecida? E em segundo plano, quando June e ela conversam pelo rádio a conversa é rápida e sucinta, com a garota os chamando para conhecer o local onde está. Logo depois ela desliga e vai ajudar o rabino com os walkers. Surpreendentemente, na sequência, o casal já está no local. Charlie nem mesmo deu pistas de onde o templo ficava. Como eles chegaram lá?
Eu não consigo definir se o êxito desse episódio é pelos seus antecessores serem péssimos, se pela ausência de personagens que carregam uma trama maçante (Morgan e Alicia por exemplo), se pela combinação das duas coisas, ou se de fato ele seria um bom episódio mesmo numa boa temporada.
E você, o que achou do episódio? Animado para o desfecho da história? Comente abaixo e vote na enquete.