Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do quinto episódio, S05E05 – “The End of Everything”, da quinta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Depois de quatro semanas sem definir um eixo central para a história e deixando sua audiência totalmente perdida, Fear the Walking Dead conseguiu apresentar um episódio contundente, com uma trama orgânica e prestativa. Aliás, Fear – ao contrário de sua série mãe – sempre parece acertar muito mais em episódios que foquem em um único personagem no que quando apresenta o grupo como um todo. Contando o desdobrar do sequestro de Althea, The End of Everything nos leva mais a fundo no grupo que pilota o helicóptero que arrancou Rick Grimes do protagonismo em The Walking Dead.

Althea desde sua inserção no quarto ano da série sempre se preservou como um mistério. Mas não um mistério irritante, que enrola a trama e se torna cansativo. Conseguia se mostrar funcional e rentável, mesmo sem a audiência saber muito sobre seu passado. Aliás, muito embora o péssimo desfecho que tivemos no quarto ano, os personagens ali gerados conseguem ser interessantes e cativantes, mesmo com o pouco tempo na história.

Funcionalidade em episódio com foco único.

E The End of Everything veio revelar alguns dos mistérios de Althea, que desde o ano passado protegia uma de suas fitas, intitulada como The Bog #7, como se fosse sua própria vida. Agora, nós acabamos descobrindo que a gravação ali contida demonstra os últimos momentos em que ela esteve com seu irmão.

Se desde muito tempo que os fãs do mundo de Robert Kirkman cobram mais momentos de terror em tela, o episódio dessa semana conseguiu cumprir com tal clima. O inicio da trama mostra a jornalista tentando fugir de sua provável assassina, e a corrida em meio a uma floresta densa, repleta de mortos vivos com seus rangeres de dentes ecoando por todos os cantos nos leva aos clímax das maiores obras do horror do cinema.

Outro momento bastante tenso e inovador foi a cena do alpinismo. Quando algum de nós imaginou ver personagens de um apocalipse zumbi tendo que se arriscarem em um rapel quase que mortal? Nesse episódio, Fear conseguiu retomar uma de suas propostas: se distanciar de The Walking Dead no quesito sobrevivência de forma criativa.

O eixo central, que era dedicado a nos aprofundar na trama do helicóptero, funcionou e nos trouxe detalhes importantes. Descobrimos que a comunidade que levou Heath, Jadis e Rick – e tentou levar Althea – se embasa na construção de um futuro que crie uma sociedade superior ao que era comum antes do fim do mundo. Quem narra tal história é Isabelle que mantém uma relação de gangorra com Althea durante toda a trama. Faltam ainda muitos esclarecimentos a serem dados, mas ao menos já conseguimos teorizar com mais liberdade com as pequenas dicas que nos foram dadas.

A guerra entre o passado e o futuro acontece no presente.

Uma delas é a que reforça que Jadis estava exilada no Lixão, já tendo sido parte da grande comunidade do futuro, já que seu corte de cabelo padroniza com o de Isabelle. Mas como se definem sobreviventes que podem representar o pretérito e o por vir? Quais será que são as características procuradas por essa grande rede que busca criar uma nova raça humana e reestabelecer o homem como dominador do planeta?

A seriedade de Isabelle com o projeto do futuro é tanto, que ela matou um de seus melhores amigos – o homem que Althea investigava quando foi sequestrada – e isso corrobora com a jornalista, que é totalmente dedicada a preservar a história. Althea e Isabelle são a perfeita união do Passado e do Futuro. Elas são o símbolo que vemos no helicóptero e no uniforme da mulher, uma intersecção entre o antes e o depois que se unem no presente. E se unem na forma mais poética possível: em um caloroso beijo.

O que será que virá em frente? Será que Isabelle retornará com mais história? Será que Althea contará aos amigos o que viu e ouviu e isso os levará de encontro ao local que resguardará Rick num futuro próximo? Será que a benevolência de Morgan terá um embate com o “custe o que custar” da comunidade futura?

Enfim, no episódio dessa semana, apesar de termos um único alvo de trama, tivemos organicidade e funcionalidade. Como dito, é onde Fear mais tem acertado e conseguido mostrar para a série mãe que pode ser superior. O clima e a desenvoltura desse quinto episódio do ano cinco de Fear lembra muito Laura no ano passado que apostou em personagens ainda pouco conhecidos do público, mas que foi visto com bons olhos e positividade.

Será que Isabelle retornará?

Talvez, The End of Everything consiga ter criado um laço com a audiência que estava até então desinteressada com os rumos da história. Se nas semanas subsequentes pudermos ver mais do que nos foi demonstrado, há grandes chances das reclamações dos quatro primeiros episódios terem sido infundadas.

E você? O que achou do episódio dessa semana? Tem algo que gostaria de destacar? Deixe um comentário com sua opinião no espaço abaixo e vote em nossa enquete.