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Review Fear the Walking Dead S04E16 – …I Lose Myself: Um razoável final repleto de imprecisão

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo sexto episódio, S04E16 – “I Lose Myself: “, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

O segundo drama zumbi mais famoso da atualidade encerrou seu quarto ano nessa semana com o episódio …I Lose Myself. Com um desfecho minimamente aceitável e repleto de furos, Fear consegue equiparar seu quarto ano aos melhores anos da série mãe.

Começamos o episódio descobrindo onde Althea foi parar e vendo que a jornalista resolveu descer para o subterrâneo do hospital. Sem explicação nenhuma de por qual motivo ela achou mais coerente se esgueirar para a parte inferior do prédio ao invés de subir pelo elevador e se encontrar com os amigos, seguimos a presepada da personagem entre os becos da cidade.

No fim, nos é elucidado que toda a temática a envolvendo não bastava de uma forma singela de ligar Martha a Morgan, já que a vilã leva Althea ao desmaio e deixa com ela uma fita gravada com uma mensagem direcionada ao mais velho amigo de Rick.

Althea sofreu com um enredo não sustentável nos primeiros minutos do episódio.

Após a mágica van de gravação aparecer, seguida pela aparição “surpreendente” de Martha, Althea acorda junto de June e John dentro de seu veículo da SWAT recuperado. Eles fazem uma parada embaixo de o que parece ser uma grandiosa figueira, local no qual passam a noite antes de partirem rumo à Alexandria. Esse era o plano, até Morgan assistir à gravação da antagonista, que com palavras que repetem seu discurso para um Duane imaginário em Clear, na terceira temporada de The Walking Dead: Eu não fui forte o suficiente para te fazer ser forte. Assim, temos o grupo se bipartindo novamente com Morgan seguindo um caminho avesso ao da Virgínia enquanto os demais se deslocam até o posto de caminhões do Mississípi.

Jones se encontra com Martha – antes dando fim ao Jim transformado – e ao vê-la praticamente desfalecida sobre o túmulo do seu marido consegue arrastá-la para o interior de uma viatura de polícia e seguir caminho em direção aos amigos. Entretanto, Martha consegue causar um acidente e ocasionar o desmaio de Morgan, que ao acordar se depara com a vilã o encarando e sua perna estando ferida com uma peça do veículo cravada em sua musculatura.

Martha e Morgan: um desequilíbrio quase proporcional.

No posto de gasolina, todos parecem estar tranquilos até que Althea demonstra sintomas de fraqueza e febre e, sucessivamente, cada um dos que estão ali vão manifestando as mesmas características: diarreia, vômito, febre e fraqueza corporal. Tentam sem sucesso contato com Morgan, até que June – por uma ordem divina – descobre que as garrafas de água da qual eles vem bebendo estão com os lacres rompidos. Sem saber o que envenenou o líquido, ela se vê impossibilitada de ajudar os demais.

Na trama da vilã e do protagonista, Martha provoca Morgan sobre o fato de seus amigos estarem morrendo e ele não poder fazer nada. Ela insiste com ele que ao ver sua história nas fitas de Althea, ela descobriu que ele já havia sido forte e que assim, ele precisa tomar uma decisão: matá-la e seguir sendo fraco, ou deixar que ela transforme-o em alguém forte. Morgan se nega a matá-la, mas ao perceber que todo o grupo morrerá, surta e parte para cima de Martha sufocando-a, mas, quando se depara com a frase escrita na sua testa pela antagonista “Eu perco pessoas, eu perco a mim mesmo” ele freia sua ação. Antes de ir embora caminhando e deixando a mulher algemada ao carro, Morgan descobre que o veneno na água é anticongelante.

June e John: envenenados com anticongelante.

Uma sequência de Jones caminhando no espaço entre o Texas e o Mississípi é demonstrada, enquanto ele luta com alguns mortos em busca de um local no qual consiga se comunicar com sua equipe. Ao contatar ele revela o que os envenenou, quando June prontamente diz que a cura para aquilo é a ingestão de etanol. Sarah informa que há um caminhão na frente do posto – que está cercado por mortos – cheio do combustível.

Após um plano quase frustrado, Althea, Strand e Luciana conseguem sair da loja. Althea entra no carro da SWAT enquanto os outros dois correm até o caminhão. Entretanto, os mortos que circundavam o prédio se viram contra eles e Althea se vê obrigada a disparar contra eles, os matando, mas ao mesmo tempo causando um vazamento no tanque de etanol que acaba se esvaziando (um caminhão cheio de etanol que se esvaziou em dois segundos).

Depois de muita cena pequena de desanimo e despedidas – usufruindo mais uma vez da mecânica formulação de Strand, Luciana e Alicia complementando um a frase do outro – Morgan chega ao local e pergunta para June se etanol e álcool são basicamente a mesma coisa, o que é confirmado pela enfermeira. Jones revela que conseguiu trazer algumas cervejas. Todos – inclusive Charlie – tomam as mágicas cervejas de Jim e se recuperam.

Strand e Alicia se uniram e rebuscam Madison.

Antes de decidirem o que farão, Morgan retorna com todos para resgatar Martha, mas descobre que a mulher conseguiu arrancar o próprio braço e tentou fugir, mas não foi muito longe. Logo no horizonte ele vê Martha zumbificada se locomovendo. Ele vai até ela e encerra sua jornada. Na testa, Martha havia marcado com sangue a palavra Forte.

Ao sepultar Martha, Morgan decide que não irá mais para Alexandria e irá dedicar sua sobrevivência a dar continuidade ao plano do Urso Polar. Todos os demais acham a ideia grandiosa e se juntam a ele na busca pelo local que era o centro de distribuição do caminhoneiro.

O episódio termina com um ar de terceira temporada de The Walking Dead, quando Rick e seu grupo encontram a prisão. Todos observando ao longe a fábrica de jeans, Morgan planejando ajudar pessoas enquanto Alicia quer fazer daquele local um lar para todos, como Madison faria.

Propriamente sobre esse episódio, acho que ele trabalhou muito bem a dinâmica bipolar de Morgan propagada desde os seus tempos na série mãe. O que preocupa é se ele continuará a enfrentar os autos e baixos, já que a trama repetitiva está cansando cada vez mais a audiência e, o grupo se submeter a um líder inconstante em seu modo de proceder é totalmente contraditório.

A cena dos personagens vendo ao longe a fábrica lembra em muito o encontro com a prisão em The Walking Dead.

O enredo total de Martha foi decepcionante, por mais que ela tenha sido uma mola de propulsão para Morgan ao protagonismo da história, não foi orgânico e passou longe de ser minimamente coerente. Uma vilã quase sem impacto algum, que se restringiu a demonstrar um desequilíbrio acarretado por uma causa extremamente questionável e com um propósito confuso. Uma atração e megalomania por Morgan (e exclusivamente por ele) que ficou longe de ser fiável.

As minhas questões com Alicia foram resolvidas nesse episódio. No pouco que ela teve, se demonstrou estar voltando ao modo anterior a morte de Madison. Quando ela ouve Morgan sentenciar que a fábrica de jeans será usada para ajudar pessoas, rapidamente ela demonstra que também é uma líder e define “mas vamos fazer o mesmo que minha mãe faria”. Isso pode indicar que a liderança do grupo estará dividia entre os dois, trazendo algo muito coerente para a quinta temporada que é os embates entre Morgan e a jovem, já que o modo de liderança de Jones só é coerente quando não se apresentam inimigos. Até onde Morgan está disposto a arriscar para não ter que matar novamente? Um líder pode tomar local de pacificação em meio ao mundo que eles vivem?

Os pequenos erros do episódio não foram grandiosos como em seu antecessor, mas ao menos até os últimos dois minutos não conseguia sentir que se tratava de um final de temporada. A história focada em Martha se dividindo com o restante do grupo adoecido no posto pareceu muitas vezes objeto de exploração de episódio qualquer.

Alicia poderá ser um ponto de divergência na liderança de Morgan.

Numa visão muito mais aberta, sobre todos os dezesseis episódios, preciso reforçar minha crítica já suscitada aqui anteriormente: acredito que os oito primeiros episódios, com linhas temporais divergentes e sobrepostas e todo o mistério sobre o Diamond e Madison nos ofereceram algo tão inovador que os oito últimos episódios acabaram por passar minorizados. É como se a audiência tivesse comido a sobremesa antes da janta.

Fora que mais uma vez preciso salientar: ver Fear – que em 2015 veio com uma proposta de explorar o mesmo Universo, mas de forma diferenciada – se alinhavar à série mãe e se tornar uma cópia bastante evidente, acaba por tornar questionável o motivo de termos duas histórias paralelas contando a mesma trama.

Nas expectativas para a quinta temporada giram medos e esperanças. Medo de que a trama se centre exclusivamente em Morgan e seu grupo distribuindo caixas para as pessoas das fitas de Althea e que isso acabe por não sustentar o enredo. Esperança de que a história de Althea tome o centro, que as fitas sejam exploradas, que descubramos em cada episódio histórias de pessoas diferentes; que Alicia volte com tudo ao seu status de adolescente madura e coerente em suas decisões; de que June continue a se desenvolver como uma personagem influente; de que Strand e Luciana recebam um tratamento melhor pelos roteiristas e que Sarah e Wendell cresçam, tendo principalmente o cerne de exploração do personagem cadeirante, já que é uma novidade para o mundo apocalíptico.

E das fitas de Althea espero que se confirme a teoria do D.S. e Daniel Salazar retorne, como prometido, pois se não for para voltar nesse ponto, o personagem nunca mais terá a chance de reaparecer na trama. Que Daniel volte para equilibrar a pacífica liderança de Morgan e apimentar a história de Strand, já que ambos possuem rixas passadas.

E você? O que achou desse final de temporada? Concorda com as questões suscitadas acima? Discorda? Deixe um comentário abaixo demonstrando sua opinião e vote na nossa enquete:

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