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Review Fear the Walking Dead S04E15 – I Lose People…: Um grande risco para o desfecho da temporada.
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo quinto episódio, S04E15 – “I Lose People…: “, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Depois de semanas vendo o grupo totalmente fragmentado, I Lose People… traz finalmente a integração praticamente total dos sobreviventes. Um episódio não muito movimentado, com pouco desenvolvimento de personagens e útil apenas em iniciar o desfecho da história que se dará na próxima semana.
Alicia e Charlie estão maravilhadas pela visão da outra margem do córrego: Strand e John. O cowboy segue em seu momento de desistência iniciado em Blackjack enquanto Victor (invertendo papéis) tenta lhe encher de esperanças, demonstrando que se Alicia conseguiu perdoar Charlie seguindo em frente, ele também conseguiria seguir.
As duas garotas vão em busca de algo que lhes ajude a transportar os dois homens do outro lado do córrego. Ao chegarem em frente a uma loja de artigos variados, Alicia e Charlie encontram uma canoa sobre um carro. Quando ambas pareciam estar decididas que a canoa seria o suficiente, são alvejadas e percebem a aproximação de Martha. A mulher ferida discursa novamente sobre o quanto a ajuda alheia é capaz de enfraquecer uma pessoa, mas acaba desmaiando devido ao ferimento ocasionado por Wendell.
John e Strand ouvem algo se aproximando deles e, de repente, Alicia surge com a van da SWAT, que é suficientemente capaz de transladar de um lado ao outro a água e socorrer os dois homens. Em posse da van e com os dois amigos (além da presença extra de Martha, desmaiada e amarrada) eles seguem viajem ao encontro dos demais amigos.
Noutra via, seguimos acompanhando a empreitada de Morgan e os demais sobre o telhado do hospital. Enquanto Jim continua destilando seu desprezo pelo desserviço de Morgan a ele, June segue tentando animar o antigo residente de Alexandria a se compreender como líder naquela situação de tirá-los dali.
June se divide entre achar um meio de conseguirem retornar ao solo e tentar contatas Althea, que havia se arriscado pelo grupo para ativar os geradores no episódio anterior. Enquanto isso, Sarah se propõem a não deixar que a cerveja seja extinta com a morte de Jim, mesmo que ele não se demonstre totalmente adepto da ideia de partilhar com ela sua receita.
O grupo todo, com exceção de Jim, desce para o andar no qual viram Althea pela última vez na esperança de encontrá-la. Contudo, o desejo de todos é frustrado ao perceberem – por meio de um bilhete escrito pela repórter – que ela havia dado um jeito de escapar do local e estava desaparecida.
Sentindo-se responsável pelas dificuldades que o grupo está passando, Morgan se propõe a voltar ao telhado para descobrir uma forma de atrair os infectados que estão amontoados em frente ao hospital, para liberar espaço para que os demais sobreviventes se retirem. A forma encontrada por MoMo é lançar um infectado sobre um dos carros estacionados próximo ao hospital, para assim acionar o alarme e atrair os mortos, deixando a passagem amplamente livre para seus amigos.
Todos chegam em segurança a ambulância. June tenta relutar com o fato de deixar Morgan para trás, mas Jones parece estar convicto de que está fazendo o certo. Jim o interpela e lhe pergunta se ele acha que é correto de fato morrer, já que essa seria a forma mais covarde de resolver problemas.
Posteriormente, Morgan é chamado no walkie talkie por John, que o informa que reencontro June e que eles estão indo lhe salvar (numa cena bem questionável, onde todos os personagens misteriosamente estão com seu próprio transmissor de rádio elogiando Morgan e demonstrando o quão importante ele é para o grupo).
Com um caminhão de bombeiros que conta com um elevador de salvamento, os personagens chegam próximo de facilitar a sobrevida de Morgan, mas, como o drama é necessário, o prédio acaba por ser maior do que o elevador e Jones precisa achar uma forma de descer dois andares sobre uma marquise para alcançar o suporte do caminhão. Jim resolve ficar para trás enquanto o antigo residente de Alexandria desce utilizando uma corda, tendo sucesso e sendo salvo pelos amigos.
Outro grande problema surge, agora que todos estão encurralados sobre o caminhão por uma horda de mortos. Em um ato de misericórdia, Jim resolve se atirar do prédio sobre um carro, para disparar o alarme e atrair a horda, mas, não sem antes passar a receita de sua cerveja para Sarah. O plano dá certo e todos conseguem alcançar o carro da SWAT. O único porém é que Martha desapareceu.
Questionado sobre o que irão fazer, Morgan diz que eles acharão Althea e depois partirão todos para a Virgínia.
O episódio se encerra com Martha escrevendo a receita de cerveja no rosto de Jim, que está morto sobre o carro que acaba se reanimando.
Como eu disse no inicio, o episódio dessa semana não possuiu grande exploração de personagens. Foi cru e direto ao ponto de levar a história para próximo de um desfecho. Ao mesmo tempo que carregou a fama de “enchedor de linguiça”, I Lose People… pode ter sido interessante na óptica de que Morgan agora é o líder e as pessoas confiam nele para isso. Aparentemente, como é com Rick, ninguém no grupo espera que ele salve suas vidas, mas que ele dê as coordenadas para que eles trilhem o caminho apontado.
Alicia não cansou de deixar claro que estava seguindo os conselhos de Morgan durante todo o episódio. Foram três vezes que ao longo dos 45 minutos ela afirmou “Eu estou fazendo o que você me disse, estou ajudando pessoas”. A infantilização e submissão da personagem tem sido um dos pontos mais baixos dessa segunda parte da temporada. Alicia foi sempre bastante autônoma e autêntica dentro do grupo que esteve. Nos últimos episódios estão lhe transformando em uma pessoa totalmente afastada do que ela vinha construindo nos três primeiros anos, o que tende a trazer um grande risco de a personagem se apagar em meio ao enredo e se tornar mera coadjuvante (espaço que não deveria pertencer a uma Clark).
June roubou o protagonismo nos três últimos episódios. A construção e amadurecimento da personagem nem de longe parece estar ligado a mulher das várias faces e alcunhas dos primeiros oito episódios. Acredito que ela acabe por receber bastante espaço e se torne uma voz ativa bem influente junto com Morgan.
Mais uma vez – e parecerá implicância – Luciana figurou. Nem mesmo com a união do grupo e seu reencontro com Charlie a personagem teve uma trama de destaque. Cada vez mais ela caminha para um lado totalmente oposto do que poderia ser traçado para um dos três últimos remanescentes das três primeiras temporadas. A torcida para que ela se tornasse alguém totalmente relevante para a história acaba de mais uma vez se provar ineficaz.
A transformação de Jim através do exemplo de Morgan foi um dos pontos altos do episódio. É como se Morgan se tornasse ali Eastman para Jim e ele entendesse sua missão final. Mesmo após ter se demonstrado frustrado com a liderança “equivocada” de Morgan, ele se voluntariou em salvar a vida de Jones.
Acredito que esse episódio pecou bastante em não trazer à tela o reencontro dos personagens antes de salvar Morgan. Com pouca trama dramática, vermos John e June, bem como Luciana e Charlie se vendo pela primeira vez depois de semanas seria bastante enriquecedor para a história trilhada, por mais que em uma curta cena. O reencontro foi resumido a uma conversa de walkie talkie – que pelo jeito está sendo mais fácil de encontrar do que comida – passando pouca emoção para o público que assistia ao episódio.
Um episódio morno aos pés de encerrar a temporada é arriscado. A audiência pode acabar se desinteressando em acompanhar o desfecho da história, já que aparentemente parece ser bastante previsível. De questões em aberto ficaram apenas o paradeiro de Althea e como/quando Martha irá morrer, já que está perdendo sangue e agora já não conta mais com as armas do carro da SWAT e, certamente, será incapaz de render o grupo todo.
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