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Review Fear the Walking Dead S04E12 – Weak: a fragilidade da sobrevivência

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo segundo episódio, S04E12 – “Weak”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

O AMC Brasil exibiu na noite de ontem, 03 de setembro, o décimo segundo episódio da quarta temporada intitulado Weak (Fraco). Um episódio mais uma vez manso, mas que como Close Your Eyes, traz uma trama repleta de profundidade e exploração de desenvolvimento dos personagens relacionados.

June continua tentando entrar em contato com John, enquanto relembra do amado assistindo à fita gravada por Althea. Enquanto ela testa o contato pelo walkie talkie, Althea tenta convencê-la que o melhor que elas tem a fazer é esperar por ajuda. Contudo, uma breve resposta no aparelho faz com que ambas se desloquem em busca de um local no qual haja mais sinal. A van da jornalista é deixada para trás para mais tarde ser retomada.

As duas acabam encontrando um carro abandonado e cada vez mais Althea vai demonstrando sinais de fraqueza. Quando no meio da rua as duas são quase atropeladas pela van da SWAT, Althea se vê obrigada a iniciar uma perseguição em busca de seu bem mais precioso. Sua saúde não a deixa prosseguir e June se propõe a buscar por medicamentos, a jornalista então confessa que existem medicamentos dentro da van e que se a enfermeira for capaz de encontrá-la, também terá a sua disposição uma farmácia. June, dessa forma, decide partir sozinha em busca da van.

Ao encontrar o carro, June acaba tendo problemas com um sobrevivente, que após confessar ter furtado a van, rende June e ameaça matá-la. Em uma conversa totalmente cheia de significados, ela fala sobre ver na sobrevivência a oportunidade de se tornar alguém melhor e explorar a capacidade de solidariedade e vivência em comunidade. Vendo que a conversa não convenceria o rapaz, June em um golpe consegue reverter sua situação, tomando posse do revólver e por fim, conseguindo adentrar o carro de Althea em busca dos mantimentos.

June e Quinn (nome que descobrimos ao final do episódio): uma luta entre Laura e Naomi (através da personalidade de Quinn) contra June.

Enquanto isso, Althea tem uma desesperada luta com um morto vivo, enquanto arde em febre. Ela acaba conseguindo esmagar a cabeça do infectado com o chassi do carro, enquanto recebe um chamado pelo rádio de June, que não consegue localizar os medicamentos dentro da van. Finalmente, Althea confessa que não há fármacos ali e fez June ir até o automóvel apenas para recuperá-lo.

June retorna, havendo conseguindo encontrar amoxicilina dentro de um ônibus abandonado, e demonstra sua insatisfação com as mentiras da companheira de sobrevivência. Ela tenta descobrir o que há de tão importante para Althea naquele veículo, até que a jornalista confessa que além de histórias de pessoas desconhecidas, ali existe sua própria trajetória e lembranças de pessoas que ela realmente amou. As duas recebem um chamado de Morgan e acabam discutindo sobre o que fazer: ir atrás de diesel para retomar a van ou partirem em busca de Jones. Tendo que relutar com seus erros do passado, June se vê obrigada a deixar Althea para trás, que insiste em não abandonar seu veículo. Contudo, antes mesmo de June perdê-la no horizonte, a jornalista muda de ideia e resolve seguir junto a ela.

Noutro extremo do episódio, temos Morgan e seus amigos do caminhão. Jones segue aflito em busca de seus aliados do Texas, enquanto obriga Sarah e os demais a realizarem diversas paradas para deixar as caixas no caminho. Ele decide buscar por um local mais elevado, aonde terá mais sinal para contatar as pessoas que ouviu do outro lado do walkie talkie.

No caminho, Morgan encontra uma mulher (sim, aquela que aparentemente será a vilã desse final de temporada) e o diálogo entre eles demonstra a Morgan o quão perdido ele estava quando acreditava que não precisava de ninguém para sobreviver. Há um grande contraste em quem Morgan está sendo em Weak e quem foi quando abandonou Alexandria e depois quando tentou abandonar as pessoas do Texas.

Depois de um breve contato, June e Althea se encontram com Morgan, Sarah, Wendell e Jim na estrada. Althea mais uma vez demonstra não estar disposta a permanecer junto ao grupo, enquanto Morgan promete para June que eles encontrarão John  de alguma forma e seguirão juntos rumo à Alexandria para reconstruírem uma vida.

Tentando mais uma vez fazer contato com John, June usa o walkie talkie de Morgan para tentar estabelecer diálogo com o seu amado. Mas do outro lado da linha quem responde é Quinn, o homem com quem mais cedo ela teve um leve contrito. Ele a avisa que encontrou diesel eirá abastecer a van de Althea para encontrá-los na estrada. June lhe passa as coordenadas, contudo ao chegar à milha 27 indicada por ela, Quinn acaba descobrindo que as placas foram alteradas. É nesse momento que ele é atacado por Purvis, o infectado da mulher misteriosa e acaba sucumbindo.

A nova vilã conversa com seu novo infectado de estimação.

O episódio termina com a nova vilã se desfazendo de Purvis que carrega em sua testa a frase “Take what you need” (pegue o que você precisa) e reanimando Quinn que agora carrega em sua testa a frase “People you know” (pessoas que você conhece). Ali ela tem um diálogo com o infectado Quinn lhe dizendo que agora ele não será mais um homem fraco.

Em uma plana análise, o episódio parece raso e simplório. Entretanto, se analisarmos os personagens envolvidos e seu histórico junto a série, começamos a perceber a ampla profundidade existente nas entrelinhas. A partir de Weak podemos entender muito mais de June (e a personagem que até então parecia descartável começa a se tornar cada vez mais alguém importante e de grande personalidade). Descobrimos um pouco mais de Althea e entendemos alguns dos rastros de confusão deixados por The Code (e talvez por isso que o título signifique “O código”, já que precisa ser desvendado).

Nesse episódio, June demonstra suas marcas no passado. Vemos que mais uma vez ela é exposta a responsabilidade de buscar medicamentos para alguém em estado grave de saúde. Isso a leva novamente aos difíceis momentos finais que viveu com a filha. A necessidade de lutar com seu instinto de fuga e de deixar os problemas para trás a assombram durante grande parte dos quarenta e sete minutos em tela. Sua cena com Quinn remonta sua vida de Naomi, quando rendeu Madison e Alicia, ela o entende e sabe que seu pensamento é de alguém que apenas quer se livrar dos problemas sem necessitar lidar com eles.

Sua história com John e tudo que ele representa para ela demonstra que June está entendendo que a sobrevivência não é sobre ter um dia extra de vida, mas é sobre dar espaço para sua humanidade. As ações e desenvolvimentos dados para a personagem nessa trama restabelecem o discurso de Carol em The Walking Dead, quando ela fala que não há prazer em se ter mais um dia se esse dia não puder ser vivido intrínseco a bons sentimentos e repleto de esperança de algo melhor logo a frente.

Desvendamos nesse episódio que Althea não é simplesmente a mulher que busca histórias, mas é a pessoa que tenta enxergar na vida dos demais um rastro seu. Ela nunca foi protagonista de sua própria vida e busca nos relatos de estranhos uma forma de se encontrar. Althea admite que as fitas e a van não dizem respeito apenas a um trabalho jornalístico, mas representam tudo o que ela deixou para trás e tudo o que ela é e carrega em seus sentimentos.

As vagas cenas de The Code começam a tomar forma agora, e finalmente conseguimos ter a confirmação de que Purvis é o motorista de caminhão por quem Sarah e Wendell buscam. Isso se confirma com a frase escrita em sua testa e na testa de Quinn. Um recebe a frase “Pegue o que você precisa” e o outro “Pessoas conhecidas”. Aqui conseguimos entender que a nova vilã denota que a humanidade é uma fraqueza e tudo que nos liga a ela nos faz sucumbir. Pegue o que você precisa é a simbologia do que derrubou Purvis e se permitir conhecer pessoas é a fraqueza que findou a vida de Quinn.

Assim, partimos do pressuposto de que a nova vilã é uma releitura de Alejandro na segunda temporada e que ela vê a transformação zumbi como uma evolução da espécie humana, na qual deixamos de ser fracos e nos tornamos seres fortes e destemidos. Zumbis não sentem, não sofrem, não perdem. A mulher misteriosa provavelmente se vê como uma incumbida de cooperar com a praga para que todos os seres viventes sejam elevados ao nível extremo da evolução.

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Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.

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