Entrevistas
Dave Erickson promete “tensão psicológica” em Fear the Walking Dead
Quando Rick Grimes acordou do coma em The Walking Dead, o apocalipse zumbi já estava em completa atividade canibalistica. A estreia de Fear the Walking Dead em agosto, no entanto, vai mostrar o surto à medida que ele acontece. Isso significa que veremos na nova série algo que não vimos antes: confusão em massa.
Antes de vermos os personagens – liderados pelo casal Travis (Cliff Curtis) e Madison (Kim Dickens) – matarem qualquer zumbi, nós veremos eles confrontando e compreendendo o fato de que zumbis sequer existem. A Entertainment Weekly conversou com o showrunner de Fear, Dave Erickson, para saber detalhes e o que esperar da nova série da AMC.
Como você descreveria os dois personagens principais, Madison e Travis, no centro da coisa toda?
Dave Erickson: Para Madison e Travis, o objetivo era estabelecer um casal sólido. Eles ainda não estão casados: ele é divorciado, o marido dela faleceu há alguns anos, e a ideia é que eles têm a qualidade de almas gêmeas. Eles se conheceram, eles são fortes um para o outro, eles se complementam da melhor forma. O que eu adoro nisso é que está pegando este relacionamento fundamentalmente sólido e então vendo como o apocalipse muda isso. Vendo como as nossas personalidades começam a evoluir à medida que o tempo passa diante disso. Eu acho que eles são muito compreensivos com os defeitos um do outro, e o interessante é pegar as complicações normais que existem em um bom relacionamento e então coloca-los sob grande tensão e ver como cada personagem reage.
Muito do que o show é pra mim, tematicamente, é que é muito sobre identidade, que é uma das razões pelas quais escolhemos Los Angeles como local para a série. É uma cidade de mudança, é um lugar onde as pessoas vêm tanto para recomeçar ou para se distanciar de seu passado, e esse é o caso para muitos dos nossos personagens. É interessante ver individualmente, mas também é interessante ver em termos de relacionamento e família como essas identidades estabelecidas começam a se partir e começam a mudar.
Como o ambiente físico de Los Angeles desempenha um papel para fazer com que essa série pareça diferente do que vimos na Georgia no Walking Dead original?
Dave Erickson: É mais denso. Nós filmamos principalmente no leste de L.A. e sempre que estamos fora nesse ambiente e você olha pra fora e vê as colinas cobertas por casas, e você vê as estradas – apenas o senso de densidade e população para a audiência no piloto e nos primeiros episódios – eles estão um pouco à frente dos nossos personagens. Eles sabem o que está por vir e existe essa antecipação e ansiedade de esperar que a nossa família acompanhe e perceba o que está acontecendo, aprenda as regras, aprenda a sobreviver.
Acho que a qualquer momento nós temos esse tipo de vibração e caos da cidade e somos lembrados do fato de que existem milhões e milhões de pessoas ao redor dos nossos personagens, e há esse pavor de “Caramba, um monte dessas pessoas está prestes a morrer”. Pra nós, era sempre sobre o tubarão que você não vê no começo da série, e tentar entender que algo muito errado está acontecendo e o que é? Tem um nível de paranoia, tem um nível de ansiedade, tem um sentimento muito inquietante inicialmente. E nós temos zumbis, e jogamos com algumas belas alegorias de gênero, mas temos uma certa tensão psicológica no início.
É engraçado que você tenha mencionado a parte psicológica disso, porque em The Walking Dead você sabe que se você vê um zumbi, você mata ele. Eu imagino que o começo disso era “é assassinato matar essa pessoa?”
Dave Erickson: E esse é um dos desafios: “Por que você está se comportando assim?”. No final das contas, as pessoas já viram o bastante – quero dizer, nós estamos vendo o apocalipse pelo filtro deste drama familiar, então eles vão testemunhar isso, eles confrontarão pessoas que se transformaram, eles serão forçados a lidar com isso. E de muitas maneiras Madison e Travis, Nick e Alicia – nossa família principal – estão ligeiramente à frente no jogo. E o interessante é que à medida que eles percebem o que está acontecendo, ainda existirão vizinhos, ainda existirão pessoas em suas vidas que ainda não entenderam bem. Às vezes é uma desconexão estranha onde, por que as pessoas ainda não reconheceram o que está acontecendo?
É sempre uma cena interessante quando você está tentando explicar para uma pessoa que o mundo acabou, e que as pessoas estão voltando dos mortos. É uma navegação histórica interessante que Robert criou brilhantemente nos quadrinhos, e eu acho que a explicação que o personagem de Lennie James dá para Rick no piloto de The Walking Dead é perfeita. Basicamente, Rick saiu do coma e Morgan consegue dizer “Ei, olha, isso é o que aconteceu. Isso é o que essas coisas são”. Nós conseguimos explorar o processo pelo que o personagem de Morgan veio a descobrir, que eu acho bem interessante.
Nós não vimos o surto de fato antes, então houve algum processo em termos de precisar se comunicar com Robert Kirkman ou qualquer outra pessoa em termos das regras que você está estabelecendo com esse mundo?
Dave Erickson: Nós escrevemos o piloto juntos, então ele esteve bem envolvido. Nós estamos vivendo embaixo do mesmo guarda-chuva mitológico, então precisamos seguir as mesmas regras que ele definiu nos quadrinhos e na série. Então a qualquer momento se nós corrermos o risco de nos desviarmos ou entrar em algo que não foi estabelecido no original, ele está por dentro de tudo. Nós temos o beneficio de trabalhar com o time de produção executiva da série original, então nós temos Robert, Dave Alpert, Gale Anne Hurd e Greg Nicotero. Então temos bastante orientação. É um visual diferente para os zumbis, e Greg Nicotero esteve bastante envolvido na definição da aparência nos nossos zumbis mais frescos, na falta de uma palavra melhor. Nós decidimos não nos desviarmos das regras do original, apenas porque eu acho que o que Robert fez funciona, e não há razão para mexer nesse envelope em particular.
Ainda que os personagens e eventos na sua série não venham dos quadrinhos, tem alguma coisa que você tirou dos quadrinhos e que vamos ver?
Dave Erickson: O clima. Tematicamente, o que eu adoro nos quadrinhos e o que eu adoro na série é que parece muito pé no chão pra mim em termos de dinâmica dos personagens e de relacionamentos. Eu acho que essa é a razão pela qual os quadrinhos e a série fizeram tanto sucesso, então isso como um marcador de distância foi muito importante quando começamos a trabalhar. Mas em termos de história, em termos de elementos, muito do que eu adoro nos quadrinhos foi usado na série. Agora que você falou isso, eu vou precisar voltar e ver se consigo começar a achar alguns Easter Eggs e encontrar um pouco de tecido conjuntivo.
A primeira temporada de Fear the Walking Dead contará com seis episódios e vai ao ar em Agosto de 2015 na AMC dos EUA e na AMC Brasil. Mais informações, tais como a data de lançamento e o trailer oficial, serão divulgadas durante a Comic Con de San Diego.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @Ivyleca / Staff Fear the Walking Dead Brasil
Entrevistas
Jenna Elfman fala sobre peixes fedidos e zumbis voadores no episódio de retorno de Fear the Walking Dead
A quarta temporada de Fear the Walking Dead encontrou nossos sobreviventes ainda lutando para seguir em frente após as mortes de Madison (Kim Dickens) e Nick Clark (Frank Dillane) e lidar com uma nova ameaça na forma de um furacão que chegou nos momentos finais do episódio.
June (Jenna Elfman) – anteriormente conhecida como “Laura” e “Naomi” – está morando em um ônibus escolar com John Dorie (Garret Dillahunt) e Charlie (AlexaNisenson) em uma espécie de unidade familiar. É legal, mas nem tudo está bem. Charlie ficou tão traumatizada com as coisas que ela fez e viu que ela mal fala e quase se permitiu ser comida por um andador, enquanto June está lutando com quem ela é. John quer voltar para sua cabana onde ele e “Laura” viveram antes dela fugir, e June se preocupa que ela pode não ser capaz de se estabilizar e então John descobre que ela realmente é uma desistente.
“Eu não sou Laura”, ela diz a Al (Maggie Grace). “Eu sou a mulher que ficou com medo e fugiu. Não só de John, de todos.” Mas Al diz a ela que a pessoa que ela é com John é a pessoa que ela é agora. Seu passado não precisa mais ditar seu futuro. E esta nova e melhorada June será testada enquanto ela e Al resistem à tempestade que barrou o caminhão da SWAT de Al. A tempestade está forçando June a ficar parada e se confrontar consigo mesmo, o que veremos no episódio 12 desta temporada.
Aquele era um peixe real que você estripou?
Jenna Elfman: Sim, foi! Repetidamente! Tomada após tomada! E sinto como se a tomada que eles usaram foi a que eu disse “Tem algo de errado. Esse peixe não está bem.” O mais repugnante e fedorento – todos os outros estavam normais e cheiravam frescos, mas aquele tinha algo errado. Suas entranhas eram tão nojentas e fedorentas. Foi terrível.
Você teve alguma experiência anterior com evisceração de peixe?
Jenna Elfman: Eu aprendi como estripar um peixe no episódio 4×05, “Laura”, com Garret Dillahunt, que foi onde eu tive um pescador que me deu uma lição oficial sobre como estripar um peixe. Então isso foi um bom retorno para esse episódio.
Você pode me contar mais sobre o relacionamento de June com Charlie? Elas desenvolveram um relacionamento mais próximo que nós realmente não vimos quando elas estavam com os Abutres, e é por isso que June a adotou?
Jenna Elfman: Eu acho que por padrão, June é mãe. Ela tinha uma garotinha. E eu acho que quando você é pai, você é pai ou mãe, é isso aí. Você é sempre um pai. E June também é enfermeira, e acho que cuidar faz parte de seu DNA. E acho que também é cura. E há um pouco de unidade lá com ela e John, em seus pequenos estágios exploratórios. Eu acho que provavelmente é só por padrão, por instinto. Meio que faz sentido ela cuidar de Charlie.
O que está acontecendo com ela?
Jenna Elfman: Bem, vejamos, ela tem 11 anos e perdeu os dois pais e assassinou uma pessoa. Eu acho que isso pode deixar uma garotinha traumatizada, não é?
Bem, quando você coloca dessa forma…
Jenna Elfman: Eu acho que, às vezes, quando as pessoas estão vendo, estão tão acostumadas com o apocalipse, que esquecem quais são os efeitos reais de estar em torno de tanta violência e de pessoas tão malvadas umas para as outras. A personagem, e Alexa, quando ela estava filmando, tinha 11 anos.
É uma coisa pesada até para um ator tão jovem lidar.
Jenna Elfman: Ela é incrível, no entanto. Ela é uma alma muito saudável. É uma moça sensacional.
Naquela última cena, como eles fizeram os zumbis voadores? Tinham dublês em estilingues ao lado do caminhão? Como foi isso?
Jenna Elfman: Aquilo foi uma loucura! Eu estava sentada dentro da van da SWAT com Maggie (Al) observando esses zumbis passando e batendo na van bem na frente dos nossos rostos, essas dublês passando por isso. Eles trabalharam nisso por um bom tempo imaginando como tudo seria. Eu realmente tenho um pequeno vídeo que vou postar na hora certa, que foi meu ponto de vista de dentro da van com esses dublês batendo na janela contra o carro. Literalmente voando pela janela. Foi tão real e tão assustador de uma forma divertida.
Então, eles estavam pulando de trampolins? Como isso estava acontecendo?
Jenna Elfman: Eu acho que eles tinham arreios e estavam sendo puxados.
Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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Fonte: TV Guide
Destaque
Facebook Live de Fear the Walking Dead com Alycia Debnam-Carey e Colman Domingo no Brasil (LEGENDADO)
Como já mencionado aqui no Fear the Walking Dead Brasil, os atores da série e intérpretes de Alicia Clark e Victor Strand estiveram no Brasil. A vinda de ambos era motivada pela anunciação da estreia da segunda parte da 4ª temporada de Fear.
Um dos compromissos mais aguardados pelos fãs era a live no Facebook do canal AMC Brasil. Nesse momento ambos responderam perguntas prévias enviadas pelos fãs brasileiros sobre seus personagens, o quarto ano da série, despedidas de elenco e curiosidades afins. Uma interatividade totalmente despojada e confortável. Ambos se mostraram ligados um ao outro e dispostos a atender os fãs da melhor forma possível.
Entretanto, houve muita reclamação nos comentários devido ao fato de não haver tradução simultânea (já que os astros têm como língua nativa o inglês). Mas, como nosso trabalho é dar acessibilidade aos fãs da série ao material produzido por eles, aqui está a live com legenda para você poder ver as respostas dadas pelos atores:
E então, o que você achou das respostas dadas por eles? O que você perguntaria para eles caso pudesse? Deixe um comentário abaixo.
Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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Entrevistas
Morgan vai voltar para The Walking Dead? Os showrunners Andrew Chambliss e Ian Goldberg falam sobre o assunto!
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do nono episódio, S04E09 – “People Like Us”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
O personagem de Lennie James, Morgan, finalmente conectou os dois universos de The Walking Dead quando ele passou da nave mãe de The Walking Dead para Fear the Walking Dead. Mas ele poderia cruzar de volta?
No começo do episódio de retorno de Fear, Morgan anunciou sua intenção de voltar para Virginia e para seu amigo Rick Grimes. Ele até providenciou transporte para o norte, cortesia de Althea e seu S.W.A.T. móvel. “Eu nunca deveria ter ido embora”, explicou Morgan a John Dorie. “Meu amigo, acho que ele estava certo. É onde eu pertenço. É onde eu deveria estar.”
Mas será que ele vai chegar lá? Uma tempestade gigantesca já estava começando a causar estragos, e Alicia tinha algumas palavras sábias para Morgan sobre o pessoal que ele estaria deixando para trás aqui se ele fugisse novamente. Então Morgan vai voltar para Alexandria? (Ou para o Lixão? Ou para o Reino? Ou onde quer que ele esteja planejando chamar de lar?)
A Entertainment Weekly conversou com Andrew Chambliss e Ian Goldberg, os showrunners de Fear the Walking Dead, para obter informações sobre este último desenvolvimento, bem como todos os outros acontecimentos na estreia da midseason. Confira:
ENTERTAINMENT WEEKLY: Vamos começar com a tempestade, porque você começa este episódio com zumbis voando, essencialmente. Como vocês colocaram isso juntos? Foi tudo CGI, foram atores dublês em fios? Como você faz zumbis no ar?
ANDREW CHAMBLISS: É um pouco de cada coisa. Eu diria tudo acima. Aquela cena com a qual abrimos o episódio é uma combinação muito cuidadosa de várias cenas. Fizemos muito da tempestade praticamente com barras de chuva, ventiladores gigantes e artistas em catracas que os puxaram para fora do quadro, e então fizemos muitos aprimoramentos, elementos digitais e combinamos algumas placas diferentes e camadas de chuva digital para realmente parecer como se fosse um furacão. A ideia começou com o desejo de ver um wallker entrar em cena e depois ser jogado, e conseguimos isso mais de uma vez. Ficamos super animados com os resultados no final do dia.
A maior manchete para mim saindo desse episódio acontece no início, quando Morgan diz que quer voltar para a Virgínia. O que neste momento o levou a essa decisão, de que ele deveria estar voltando?
IAN GOLDBERG: Como vimos na primeira metade da temporada, o Morgan está em uma grande jornada. Ele começou como alguém que fugiu de Alexandria, de todos que ele era próximo, porque ele acreditava que a melhor maneira para ele viver neste mundo era estar por conta própria. Ele não queria estar perto de pessoas. Isso mudou na primeira metade da temporada, e no final da metade da quarta temporada, ele está sentado em volta de uma fogueira com pessoas – algumas das quais eram amigas, algumas eram inimigas que se tornaram amigas. Foi uma reviravolta inesperada de eventos para Morgan.
Mas ainda há uma grande parte do Morgan que está ligado às pessoas que ele deixou para trás. Vamos ver que ele também está lutando com alguns outros demônios emocionais que vamos revelar quando a segunda metade dessa temporada continuar. E ele pode dizer que está voltando para Alexandria, mas a jornada para chegar lá será preenchida de muitas reviravoltas inesperadas. Estamos ansiosos para saber como as pessoas reagem a essa jornada.
Vamos falar sobre onde todo mundo está emocionalmente aqui enquanto retomamos as coisas, começando com John e June. Ele quer se aposentar para a cabana, ela está preocupada que ela não é a mulher que ele se apaixonou, o que, em relação ao seu nome, pelo menos, é certamente verdade. Isso é algum tipo de acordo em que June não tem certeza se pode simplesmente se permitir ser feliz com tudo o que aconteceu?
CHAMBLISS: Eu acho que é um pouco disso, mas acho que alternativamente no final do dia, é quase como se June talvez nem saiba qual versão do personagem que vimos até agora ela realmente é. Nós a vimos como uma mãe muito reservada que está apenas tentando se proteger. Nós a vimos como a pessoa que se apaixonou, e então a vimos como uma Abutre. Eu acho que seu mal em estar com Dorie é que ela tem que se perguntar quem ela é, e isso não é necessariamente uma pergunta fácil, especialmente quando você fez coisas que você se arrependa. Ela tem muita procura de alma para fazer por si mesma, antes que consiga se abrir totalmente para estar com John.
Vamos entrar na situação de Charlie. Ela aparentemente ficou muda. Achei que no início isso tenha acabado com a perda da família Abutre, mas quando ela retorna o livro O Pequeno Príncipe para Luciana, isso parece indicar que ela está lutando com o assassinato de Nick.
GOLDBERG: Sim, como você disse. Charlie passou por muita coisa por muita gente, mas particularmente por uma criança tão jovem. Sim, ela perdeu sua família Abutre, mas também está lutando com a culpa de ser a primeira Abutre que estava dentro dos portões do estádio e alertou os Abutres sobre a presença no estádio. E matando Nick. Ela carrega muita culpa e bagagem emocional. Existe muita coisa não resolvida em Charlie que ela não sabe como conciliar.
Uma das nossas cenas favoritas no episódio é Dorie tentando se conectar com Charlie como alguém que se isolou em um ponto, como vimos no episódio 4×05. Ele se escondeu em uma cabana porque sentiu muita culpa sobre o que tinha feito e não podia se perdoar por isso e tentou apelar para Charlie para se abrir da melhor maneira que Dorie sabe, através do Scrabble. Mas Dorie pode se identificar com isso e ele sabe que não foi fácil para ele voltar ao mundo, e foi preciso o amor de June, e depois Laura, para fazê-lo se reconectar com as pessoas e perdoar a si mesmo. Charlie ainda não descobriu isso. E vai ser difícil para ela se perdoar.
Enquanto conversamos sobre pessoas que estão claramente confusas, vamos conversar sobre Alicia. Por um lado, ela se isolou de seus melhores amigos. Por outro lado, ela tem o desejo ardente de ajudar um completo estranho que está em perigo. O que está acontecendo com ela e como isso tudo está relacionado à perda da mãe dela?
GOLDBERG: Alicia quer muito continuar como Madison, ela quer levar adiante esse propósito. E seu fracasso em fazer isso é esmagador para ela. Alicia ainda está realmente processando sua dor pela perda de sua mãe e sentindo, como todo mundo, um pouco à deriva e sem propósito. A coisa mais nobre que ela acha que pode fazer é continuar com a força de Madison, e a parte mais trágica do episódio é que, apesar de seus esforços, ela não consegue fazer isso. E isso a deixa questionando: o que eu faço agora se não posso levar isso adiante? O que eu vou fazer? Quem eu vou ser? Essa será sua luta pela segunda metade da temporada.
E ela tem aquela fala depois de tudo que Morgan falou para ela, “Você pode estar lá para eles,” e então ela diz, “Você poderia estar aqui para nós também”. Então você tem essa enorme tempestade agora, e você tem Alicia dizendo para Morgan, “Você seria útil para nós”. Como tudo isso pode potencialmente mudar os planos de Morgan e sua mentalidade sobre voltar para Virgínia?
CHAMBLISS: É uma ótima pergunta que Alicia faz para Morgan e não acho que é algo com o que ele esteja necessariamente lutando de forma consciente. Como ele disse para Alicia no início do episódio, ele deixou muitas pessoas com as quais se importava em Virgínia sem se despedir. E é como se Morgan sequer estivesse processando o fato de que ele agora está fazendo a mesma coisa novamente com esse grupo de pessoas, das quais ele se tornou tão próximo. Quando Alicia joga o conselho que ele deu de volta e diz, “Você está me dizendo que eu deveria ajudar as pessoas a minha volta, bom, você devia fazer a mesma coisa” – essa é realmente a primeira vez que Morgan está percebendo que, de certa forma, ele pode voltar para as pessoas que ele deixou em Virgínia e fazer com essas pessoas a mesma coisa que ele fez no início da temporada. Ele está fugindo de pessoas.
Acho que muito disso deriva do fato de que ele não sabe como ajudar essas pessoas. Exatamente pela mesma razão que Alicia não está vivendo na casa com Luciana e Strand – eles a lembram de todas essas coisas sombrias que ela fez, mas eu não acho que ela tem uma resposta pronta para nenhum deles sobre como prosseguir. É mais fácil abaixar a cabeça e focar em uma missão como seguir esses pedidos de ajuda. Prosseguir, tanto Alicia quanto Morgan terão que encarar essas questões sobre como eles podem ajudar as pessoas a sua volta. Obviamente não vai ser fácil, porque lá pelo final do episódio, Alicia e Morgan seguem caminhos separados enquanto a tempestade se aproxima e aumenta de intensidade.
Okay, o que mais você pode nos contar em termos do que está por vir em Fear the Walking Dead?
GOLDBERG: Podemos dizer que viemos falando da Alicia, e vimos Alicia ser testada muitas vezes antes, de formas muito diferentes. Mas não acho que já tenhamos visto ela ser testada desse jeito, como veremos no próximo episódio. Isso é um nível emocional completamente novo para Alicia.
CHAMBLISS: E vai ter água. Vai ter muita água.
Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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Fonte: Entertainment Weekly
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