Entrevistas
Alycia Debnam-Carey espera que as pessoas se sintam “confrontadas” com Fear the Walking Dead
Igual. Mas diferente. Parece uma boa maneira de descrever Fear the Walking Dead, que estreia hoje, no AMC. A série vem do mesmo mundo da HQ e da série The Walking Dead, mas apresenta personagens diferentes num lugar diferente em um tempo diferente. Alycia Debnam-Carey (que interpreta a filha de Madison, Alicia) está animada com as similaridades e diferenças entre a receita original e a nova e extra-crocante versão.
A Entertainment Weekly conversou com a atriz no set de Fear the Walking Dead em Vancouver para saber a opinião dela sobre a mais nova aquisição no universo de The Walking Dead.
Ok, Alycia, comece nos contando sobre sua personagem, Alicia.
Alycia Debnam-Carey: Alicia, para mim, se torna uma realista. Principalmente na primeira temporada, nós observamos um belo desenvolvimento dela, por ter alguém que tem um plano e que tem um futuro à frente. Ela é um dos poucos personagens que realmente quer ir pra algum lugar e que tem as coisas acertadas. Ela está cercada por um lar desfeito, perdeu o pai, ela tem um irmão instável, e uma mãe que tenta arrumar as coisas, e ela é uma das poucas pessoas que pensa “Não, eu sei exatamente o que eu quero”. Eu acho que ela é esperta e tem ambição e está pronta pra cair fora. Então o que realmente parte o coração é a queda extrema dela, porque ela perde muita coisa, de certa maneira. Quando todos os outros estão tentando lidar com as coisas, ela meio que que perde tudo numa tacada só – aquela ambição, aquela esperança. Isso é horrível, porque há um extrema desesperança na situação dela, o que é muito difícil.
Então essa é a essência de quem ela é quando esse evento todo acontece.
Alycia Debnam-Carey: Eu acho que é difícil pra ela. Ela ainda é uma adolescente. Essa é uma época difícil. Você está crescendo com quem você é, mas aí de repente você não tem mais nada com o que crescer, sem mundo para facilitar seu desenvolvimento – não há nada, e pra ela esse é um grande choque. Ela perde muito em pouco tempo, e ter de lidar com isso sendo uma pessoa jovem com tanta ambição é bem difícil pra ela.
Como você descreveria a relação dela com o irmão, Nick, porque obviamente ele seguiu um caminho diferente na vida?
Alycia Debnam-Carey: Eu acho que a relação é bem fraturada. Ainda existe amor lá, obviamente, porque eles ainda são irmão e irmã, e eles cresceram juntos num lar bem normal e saudável. Quando o pai morreu, isso mudou muita coisa, e agora que Nick meio que saiu de casa, ela teve que lidar com isso tudo. O peso dos eventos que aconteceram, e ter de apoiar a jornada emocional de sua mãe – ela teve que lidar com isso também, enquanto o irmão que saiu fora. É tudo sempre sobre o Nick. É sempre algo como “Oh, ele está no hospital de novo”, ou “Nós não conseguimos encontrá-lo, ele se foi”. Então pra ela nunca se trata realmente sobre suas conquistas. É sempre algo como “Ah, você é esperta, você consegue lidar com isso. Você está bem, você será ótima”. E eu acho que existe um ressentimento, de certa maneira, direcionado a ele, mas no fim do dia os dois passaram pela mesma experiência. Os dois têm a mesma família e e eles compartilharam estas experiências, e eles vão enfrentar o fim do mundo juntos. Então há, pelo menos, uma camaradagem [Risos].
Quão familiarizada você estava com o universo de The Walking Dead quando conseguiu o papel?
Alycia Debnam-Carey: Eu não havia assistido a série antes de conseguir o papel, mas quando eu consegui eu achei que deveria imergir um pouco neste universo, e eu acabei ficando obcecada. Eu assisti as quatro temporadas em cerca de três semanas. Mas agora eu estou me segurando, porque eu acho que agora algumas das ideias que eu tinha estão mudando, então eu me afastei um pouco. Então eu não sei o que acontece na quinta temporada e as pessoas tentam me falar e eu fico tipo “Não diga nada!”. Mas não acho que isso vá durar muito. É um mundo incrível e eu estou extremamente feliz por fazer parte dele, de verdade.
Não somente você é parte disso, mas vocês também preencherão uma parte chave da história que os fãs ainda não viram. De certa maneira, vocês estão nos dizendo como foi a história de fundo da série, o que é muito legal.
Alycia Debnam-Carey: Sim, é incrível. E esse é uma das coisas que você realmente quer perguntar e saber sobre quando você assiste o original. Por isso eu sempre me perguntava “Mas o que aconteceu nas quatro semanas em que Rick ficou em coma? Como isso tudo aconteceu tão depressa?”. E especialmente também em um ambiente tão urbano. É por isso que eu acho que isso é tão incrível, porque isso acontece em Los Angeles, uma das maiores cidades no mundo, e essa é a maneira que um governo, uma sociedade, uma comunidade simplesmente rui e tão rapidamente. Eu lembro quando nós estamos olhando os roteiros e eu pensava “Uau, isso acontece tão rápido! Isso tudo já no terceiro episódio?” Isso é meio que a realidade da coisa toda, curiosamente. Uma vez que a eletricidade, o petróleo, as facilidades e os alimentos parem, a sociedade para. É uma loucura.
Que tipo de resposta você espera dos fãs de The Walking Dead? Eles são bem intensos e muito apaixonados, o que é uma coisa boa, mas existe esse padrão de qualidade que eles esperam. E vocês esperam atingir esse padrão mas ao mesmo tempo não querem produzir algo igual.
Alycia Debnam-Carey: Sim, esperamos que a série se mantenha sozinha, porque eu acho que é algo bem diferente, e eu acho ótimo que seja diferente. Seria ótimo se desafiasse um pouco a série original. Eu espero que as pessoas estejam animadas. Eu acho uma boa ideia que seja um pouco diferente – é assim que deveria ser. É claro que faz parte do mesmo mundo. Nós não estamos restringidos à HQ, estão nós temos um pouco de liberdade, mas nesta série o mundo já está tão bem estabelecido e os escritores são tão bons que autenticidade não é um problema. Robert Kirkman está supervisionando tudo e tudo ainda está fiel à história. Eu não acho que os fãs não gostarão do mundo ter sido mudado. Ainda é o mesmo lugar, mas a sensação é definitivamente diferente. Eu meio que espero que as pessoas sintam-se um poucos confrontadas, porque eu acho isso legal. Tem que ser diferente.
Teve algo nojento que você teve que fazer durante as filmagens?
Alycia Debnam-Carey: Ainda não. Tenho certeza que muitas coisas nojentas estão por vir. Mas eu lembro que assim que eu ganhei o papel eu pensei “Eu não me dou bem com sangue e entranhas, não é bem minha praia”. Eu não sou uma pessoa obcecada por filmes assustadores ou de terror ou coisas do tipo, então enquanto eu assistia o The Walking Dead original eu fiquei bem surpresa com o quão interessada eu acabei ficando. Era tipo “Uau, isso é bem inesperado comparado com o que eu achava da minha personalidade”. Tem aquela cena no poço, na segunda temporada, quando eles puxam o zumbi pra fora e ele parte ao meio – ugh, aquilo de me deu ânsia! Mas há algo teatral naquilo, o que é bem legal, e ainda sim é bem estilizado, o que eu gosto bastante.
Fear the Walking Dead estreia mundialmente em 23 de agosto pela AMC. Confira o trailer oficial da temporada e fique por dentro de todas as notícias.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @Jessica Storrer / Staff Fear the Walking Dead Brasil
Entrevistas
Jenna Elfman fala sobre peixes fedidos e zumbis voadores no episódio de retorno de Fear the Walking Dead
A quarta temporada de Fear the Walking Dead encontrou nossos sobreviventes ainda lutando para seguir em frente após as mortes de Madison (Kim Dickens) e Nick Clark (Frank Dillane) e lidar com uma nova ameaça na forma de um furacão que chegou nos momentos finais do episódio.
June (Jenna Elfman) – anteriormente conhecida como “Laura” e “Naomi” – está morando em um ônibus escolar com John Dorie (Garret Dillahunt) e Charlie (AlexaNisenson) em uma espécie de unidade familiar. É legal, mas nem tudo está bem. Charlie ficou tão traumatizada com as coisas que ela fez e viu que ela mal fala e quase se permitiu ser comida por um andador, enquanto June está lutando com quem ela é. John quer voltar para sua cabana onde ele e “Laura” viveram antes dela fugir, e June se preocupa que ela pode não ser capaz de se estabilizar e então John descobre que ela realmente é uma desistente.
“Eu não sou Laura”, ela diz a Al (Maggie Grace). “Eu sou a mulher que ficou com medo e fugiu. Não só de John, de todos.” Mas Al diz a ela que a pessoa que ela é com John é a pessoa que ela é agora. Seu passado não precisa mais ditar seu futuro. E esta nova e melhorada June será testada enquanto ela e Al resistem à tempestade que barrou o caminhão da SWAT de Al. A tempestade está forçando June a ficar parada e se confrontar consigo mesmo, o que veremos no episódio 12 desta temporada.
Aquele era um peixe real que você estripou?
Jenna Elfman: Sim, foi! Repetidamente! Tomada após tomada! E sinto como se a tomada que eles usaram foi a que eu disse “Tem algo de errado. Esse peixe não está bem.” O mais repugnante e fedorento – todos os outros estavam normais e cheiravam frescos, mas aquele tinha algo errado. Suas entranhas eram tão nojentas e fedorentas. Foi terrível.
Você teve alguma experiência anterior com evisceração de peixe?
Jenna Elfman: Eu aprendi como estripar um peixe no episódio 4×05, “Laura”, com Garret Dillahunt, que foi onde eu tive um pescador que me deu uma lição oficial sobre como estripar um peixe. Então isso foi um bom retorno para esse episódio.
Você pode me contar mais sobre o relacionamento de June com Charlie? Elas desenvolveram um relacionamento mais próximo que nós realmente não vimos quando elas estavam com os Abutres, e é por isso que June a adotou?
Jenna Elfman: Eu acho que por padrão, June é mãe. Ela tinha uma garotinha. E eu acho que quando você é pai, você é pai ou mãe, é isso aí. Você é sempre um pai. E June também é enfermeira, e acho que cuidar faz parte de seu DNA. E acho que também é cura. E há um pouco de unidade lá com ela e John, em seus pequenos estágios exploratórios. Eu acho que provavelmente é só por padrão, por instinto. Meio que faz sentido ela cuidar de Charlie.
O que está acontecendo com ela?
Jenna Elfman: Bem, vejamos, ela tem 11 anos e perdeu os dois pais e assassinou uma pessoa. Eu acho que isso pode deixar uma garotinha traumatizada, não é?
Bem, quando você coloca dessa forma…
Jenna Elfman: Eu acho que, às vezes, quando as pessoas estão vendo, estão tão acostumadas com o apocalipse, que esquecem quais são os efeitos reais de estar em torno de tanta violência e de pessoas tão malvadas umas para as outras. A personagem, e Alexa, quando ela estava filmando, tinha 11 anos.
É uma coisa pesada até para um ator tão jovem lidar.
Jenna Elfman: Ela é incrível, no entanto. Ela é uma alma muito saudável. É uma moça sensacional.
Naquela última cena, como eles fizeram os zumbis voadores? Tinham dublês em estilingues ao lado do caminhão? Como foi isso?
Jenna Elfman: Aquilo foi uma loucura! Eu estava sentada dentro da van da SWAT com Maggie (Al) observando esses zumbis passando e batendo na van bem na frente dos nossos rostos, essas dublês passando por isso. Eles trabalharam nisso por um bom tempo imaginando como tudo seria. Eu realmente tenho um pequeno vídeo que vou postar na hora certa, que foi meu ponto de vista de dentro da van com esses dublês batendo na janela contra o carro. Literalmente voando pela janela. Foi tão real e tão assustador de uma forma divertida.
Então, eles estavam pulando de trampolins? Como isso estava acontecendo?
Jenna Elfman: Eu acho que eles tinham arreios e estavam sendo puxados.
Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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Fonte: TV Guide
Destaque
Facebook Live de Fear the Walking Dead com Alycia Debnam-Carey e Colman Domingo no Brasil (LEGENDADO)
Como já mencionado aqui no Fear the Walking Dead Brasil, os atores da série e intérpretes de Alicia Clark e Victor Strand estiveram no Brasil. A vinda de ambos era motivada pela anunciação da estreia da segunda parte da 4ª temporada de Fear.
Um dos compromissos mais aguardados pelos fãs era a live no Facebook do canal AMC Brasil. Nesse momento ambos responderam perguntas prévias enviadas pelos fãs brasileiros sobre seus personagens, o quarto ano da série, despedidas de elenco e curiosidades afins. Uma interatividade totalmente despojada e confortável. Ambos se mostraram ligados um ao outro e dispostos a atender os fãs da melhor forma possível.
Entretanto, houve muita reclamação nos comentários devido ao fato de não haver tradução simultânea (já que os astros têm como língua nativa o inglês). Mas, como nosso trabalho é dar acessibilidade aos fãs da série ao material produzido por eles, aqui está a live com legenda para você poder ver as respostas dadas pelos atores:
E então, o que você achou das respostas dadas por eles? O que você perguntaria para eles caso pudesse? Deixe um comentário abaixo.
Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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Entrevistas
Morgan vai voltar para The Walking Dead? Os showrunners Andrew Chambliss e Ian Goldberg falam sobre o assunto!
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do nono episódio, S04E09 – “People Like Us”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
O personagem de Lennie James, Morgan, finalmente conectou os dois universos de The Walking Dead quando ele passou da nave mãe de The Walking Dead para Fear the Walking Dead. Mas ele poderia cruzar de volta?
No começo do episódio de retorno de Fear, Morgan anunciou sua intenção de voltar para Virginia e para seu amigo Rick Grimes. Ele até providenciou transporte para o norte, cortesia de Althea e seu S.W.A.T. móvel. “Eu nunca deveria ter ido embora”, explicou Morgan a John Dorie. “Meu amigo, acho que ele estava certo. É onde eu pertenço. É onde eu deveria estar.”
Mas será que ele vai chegar lá? Uma tempestade gigantesca já estava começando a causar estragos, e Alicia tinha algumas palavras sábias para Morgan sobre o pessoal que ele estaria deixando para trás aqui se ele fugisse novamente. Então Morgan vai voltar para Alexandria? (Ou para o Lixão? Ou para o Reino? Ou onde quer que ele esteja planejando chamar de lar?)
A Entertainment Weekly conversou com Andrew Chambliss e Ian Goldberg, os showrunners de Fear the Walking Dead, para obter informações sobre este último desenvolvimento, bem como todos os outros acontecimentos na estreia da midseason. Confira:
ENTERTAINMENT WEEKLY: Vamos começar com a tempestade, porque você começa este episódio com zumbis voando, essencialmente. Como vocês colocaram isso juntos? Foi tudo CGI, foram atores dublês em fios? Como você faz zumbis no ar?
ANDREW CHAMBLISS: É um pouco de cada coisa. Eu diria tudo acima. Aquela cena com a qual abrimos o episódio é uma combinação muito cuidadosa de várias cenas. Fizemos muito da tempestade praticamente com barras de chuva, ventiladores gigantes e artistas em catracas que os puxaram para fora do quadro, e então fizemos muitos aprimoramentos, elementos digitais e combinamos algumas placas diferentes e camadas de chuva digital para realmente parecer como se fosse um furacão. A ideia começou com o desejo de ver um wallker entrar em cena e depois ser jogado, e conseguimos isso mais de uma vez. Ficamos super animados com os resultados no final do dia.
A maior manchete para mim saindo desse episódio acontece no início, quando Morgan diz que quer voltar para a Virgínia. O que neste momento o levou a essa decisão, de que ele deveria estar voltando?
IAN GOLDBERG: Como vimos na primeira metade da temporada, o Morgan está em uma grande jornada. Ele começou como alguém que fugiu de Alexandria, de todos que ele era próximo, porque ele acreditava que a melhor maneira para ele viver neste mundo era estar por conta própria. Ele não queria estar perto de pessoas. Isso mudou na primeira metade da temporada, e no final da metade da quarta temporada, ele está sentado em volta de uma fogueira com pessoas – algumas das quais eram amigas, algumas eram inimigas que se tornaram amigas. Foi uma reviravolta inesperada de eventos para Morgan.
Mas ainda há uma grande parte do Morgan que está ligado às pessoas que ele deixou para trás. Vamos ver que ele também está lutando com alguns outros demônios emocionais que vamos revelar quando a segunda metade dessa temporada continuar. E ele pode dizer que está voltando para Alexandria, mas a jornada para chegar lá será preenchida de muitas reviravoltas inesperadas. Estamos ansiosos para saber como as pessoas reagem a essa jornada.
Vamos falar sobre onde todo mundo está emocionalmente aqui enquanto retomamos as coisas, começando com John e June. Ele quer se aposentar para a cabana, ela está preocupada que ela não é a mulher que ele se apaixonou, o que, em relação ao seu nome, pelo menos, é certamente verdade. Isso é algum tipo de acordo em que June não tem certeza se pode simplesmente se permitir ser feliz com tudo o que aconteceu?
CHAMBLISS: Eu acho que é um pouco disso, mas acho que alternativamente no final do dia, é quase como se June talvez nem saiba qual versão do personagem que vimos até agora ela realmente é. Nós a vimos como uma mãe muito reservada que está apenas tentando se proteger. Nós a vimos como a pessoa que se apaixonou, e então a vimos como uma Abutre. Eu acho que seu mal em estar com Dorie é que ela tem que se perguntar quem ela é, e isso não é necessariamente uma pergunta fácil, especialmente quando você fez coisas que você se arrependa. Ela tem muita procura de alma para fazer por si mesma, antes que consiga se abrir totalmente para estar com John.
Vamos entrar na situação de Charlie. Ela aparentemente ficou muda. Achei que no início isso tenha acabado com a perda da família Abutre, mas quando ela retorna o livro O Pequeno Príncipe para Luciana, isso parece indicar que ela está lutando com o assassinato de Nick.
GOLDBERG: Sim, como você disse. Charlie passou por muita coisa por muita gente, mas particularmente por uma criança tão jovem. Sim, ela perdeu sua família Abutre, mas também está lutando com a culpa de ser a primeira Abutre que estava dentro dos portões do estádio e alertou os Abutres sobre a presença no estádio. E matando Nick. Ela carrega muita culpa e bagagem emocional. Existe muita coisa não resolvida em Charlie que ela não sabe como conciliar.
Uma das nossas cenas favoritas no episódio é Dorie tentando se conectar com Charlie como alguém que se isolou em um ponto, como vimos no episódio 4×05. Ele se escondeu em uma cabana porque sentiu muita culpa sobre o que tinha feito e não podia se perdoar por isso e tentou apelar para Charlie para se abrir da melhor maneira que Dorie sabe, através do Scrabble. Mas Dorie pode se identificar com isso e ele sabe que não foi fácil para ele voltar ao mundo, e foi preciso o amor de June, e depois Laura, para fazê-lo se reconectar com as pessoas e perdoar a si mesmo. Charlie ainda não descobriu isso. E vai ser difícil para ela se perdoar.
Enquanto conversamos sobre pessoas que estão claramente confusas, vamos conversar sobre Alicia. Por um lado, ela se isolou de seus melhores amigos. Por outro lado, ela tem o desejo ardente de ajudar um completo estranho que está em perigo. O que está acontecendo com ela e como isso tudo está relacionado à perda da mãe dela?
GOLDBERG: Alicia quer muito continuar como Madison, ela quer levar adiante esse propósito. E seu fracasso em fazer isso é esmagador para ela. Alicia ainda está realmente processando sua dor pela perda de sua mãe e sentindo, como todo mundo, um pouco à deriva e sem propósito. A coisa mais nobre que ela acha que pode fazer é continuar com a força de Madison, e a parte mais trágica do episódio é que, apesar de seus esforços, ela não consegue fazer isso. E isso a deixa questionando: o que eu faço agora se não posso levar isso adiante? O que eu vou fazer? Quem eu vou ser? Essa será sua luta pela segunda metade da temporada.
E ela tem aquela fala depois de tudo que Morgan falou para ela, “Você pode estar lá para eles,” e então ela diz, “Você poderia estar aqui para nós também”. Então você tem essa enorme tempestade agora, e você tem Alicia dizendo para Morgan, “Você seria útil para nós”. Como tudo isso pode potencialmente mudar os planos de Morgan e sua mentalidade sobre voltar para Virgínia?
CHAMBLISS: É uma ótima pergunta que Alicia faz para Morgan e não acho que é algo com o que ele esteja necessariamente lutando de forma consciente. Como ele disse para Alicia no início do episódio, ele deixou muitas pessoas com as quais se importava em Virgínia sem se despedir. E é como se Morgan sequer estivesse processando o fato de que ele agora está fazendo a mesma coisa novamente com esse grupo de pessoas, das quais ele se tornou tão próximo. Quando Alicia joga o conselho que ele deu de volta e diz, “Você está me dizendo que eu deveria ajudar as pessoas a minha volta, bom, você devia fazer a mesma coisa” – essa é realmente a primeira vez que Morgan está percebendo que, de certa forma, ele pode voltar para as pessoas que ele deixou em Virgínia e fazer com essas pessoas a mesma coisa que ele fez no início da temporada. Ele está fugindo de pessoas.
Acho que muito disso deriva do fato de que ele não sabe como ajudar essas pessoas. Exatamente pela mesma razão que Alicia não está vivendo na casa com Luciana e Strand – eles a lembram de todas essas coisas sombrias que ela fez, mas eu não acho que ela tem uma resposta pronta para nenhum deles sobre como prosseguir. É mais fácil abaixar a cabeça e focar em uma missão como seguir esses pedidos de ajuda. Prosseguir, tanto Alicia quanto Morgan terão que encarar essas questões sobre como eles podem ajudar as pessoas a sua volta. Obviamente não vai ser fácil, porque lá pelo final do episódio, Alicia e Morgan seguem caminhos separados enquanto a tempestade se aproxima e aumenta de intensidade.
Okay, o que mais você pode nos contar em termos do que está por vir em Fear the Walking Dead?
GOLDBERG: Podemos dizer que viemos falando da Alicia, e vimos Alicia ser testada muitas vezes antes, de formas muito diferentes. Mas não acho que já tenhamos visto ela ser testada desse jeito, como veremos no próximo episódio. Isso é um nível emocional completamente novo para Alicia.
CHAMBLISS: E vai ter água. Vai ter muita água.
Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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Fonte: Entertainment Weekly
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