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Review Fear the Walking Dead S04E11 – The Code: Um episódio sem muita coerência

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo primeiro episódio, S04E11 – “The Code”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Depois do brilhante Close Your Eyes na semana passada, temos um episódio totalmente focado em Morgan e os desdobramentos de sua separação de Alicia ainda no nono episódio. The Code foi um episódio ameno e serviu muito mais como cenário de apresentação de personagens do que de fato acrescentou ao enredo.

Após ver Alicia partir sozinha, Morgan decide sair em busca dela novamente. No caminho, a forte chuva o obriga a fazer uma parada forçada dentro da carreta de um caminhão. No interior do caminhão, Morgan encontra mantimentos dentro de uma caixa com a escrita “Pegue o que você precisa, deixe o que não precisa. A gente se vê na estrada”, que já vimos anteriormente a partir dos olhos de June e Althea.

A chuva passa e, ao acordar, Morgan percebe que está num lugar totalmente diverso do que estava quando entrou no caminhão. Ao ler os letreiros de um posto de gasolina ele descobre que o veículo se locomoveu do Texas para o Mississípi, cerca de 1300 quilômetros de distância de onde viu pela última vez Alicia.

Após uma breve inspeção no interior da loja de conveniência, Morgan se depara com um sistema de rádio e se comunica com uma voz feminina misteriosa, que o autoriza a pegar o que julgar necessário. Ele enche a mochila de mantimentos e usa o banheiro – parece que os produtores mandaram um recado direto aqui para aqueles que reclamam que não vemos os personagens fazendo necessidades, tomando banho e se ocupando com afazeres corriqueiros. Quando ele está desfrutando de seu momento único em um vaso sanitário, é interrompido por um homem pedindo para que ele saia.

Ao sair, Morgan se depara com um homem em uma cadeira de rodas apontando uma arma para ele. Em uma breve conversa, os dois discutem questões que envolvem o preconceito com deficientes físicos e sobre a misteriosa voz que autorizou ele a pegar o que achasse necessário dentro da loja. Quando as coisas parecem se acalorar entre ambos, surge uma mulher que intervém na situação e livra a vida de Morgan.

Wendell e Sarah: novos personagens introduzidos em The Code.

Os dois personagens novos se chamam Wendell e Sarah e em primeiro momento se mostram amistoso e revelam que dedicam seus dias de sobrevivência a distribuir caixas de mantimentos pela estrada para aqueles que espontaneamente passarem por elas.

Quando Morgan fala que estava indo para a Virgínia, na costa leste,  para retornar a uma comunidade reestruturada de sobreviventes, mas que antes precisaria reunir seus amigos deixados no Texas, Wendell e Sarah parecem tentar desanimá-lo da ideia de fazer o regresso. Dizem que um grande furacão passou pelo estado texano e que provavelmente nenhum de seus companheiros sobreviveram.

Na insistência, Morgan pega um carro e se empenha em reencontrar Alicia, John e os demais. Entretanto, ao se deparar com as ruas interrompidas no caminho, ele se vê obrigado a seguir caminhando pelas estradas. Ao chegar sobre uma ponte, Morgan tem um surto psicótico e retorna correndo, falando para Wendell e Sarah pelo walk talkie que foi incapaz de retornar e que precisa da carona deles até a Virgínia. Os três marcam um ponto de encontro na estrada.

Entre o posto de gasolina e o ponto de encontro, Morgan acaba se deparando com um homem com a cabeça coberta por um saco tentando fugir de uma horda de zumbis. Ele intervém e salva a vida dele. Esse novo sobrevivente revela histórias curiosas sobre produção de cerveja e o âmago em estar em uma sociedade reconstruída. Morgan o convida para seguir viagem para a Virgínia com ele e o leva até o caminhão.

Ao chegar no local, ele se desespera e logo é revelado que Wendell e Sarah estavam mentindo sobre quem era. Eles haviam saqueado a fazenda de cerveja do homem, chamado Jim, e o sequestrado, quando ele conseguiu se desvencilhar deles e fugir. Assim, Morgan é amarrado junto com Jim, e partem em direção a Vírgina, com Jones se negando a indicar exatamente o caminho para chegar à Alexandria.

Jim é o cervejeiro que nunca havia sido exposto ao mundo dos mortos.

O ônibus acaba tendo problemas na estrada e Jim e Sarah se acertam, demonstrando estar dispostos a trabalharem juntos. Por acidente, Jim acaba derrubando Morgan da ponte e o encurralando em uma horda de mortos. Após alguns segundos angustiantes, ele acaba subindo sobre um carro e pedindo a ajuda dos três sobreviventes que o observam de cima da ponte. Após Sarah exigir a localização de Alexandria, Morgan lhe passa um endereçamento. Os três o abandonam cercado por mortos vivos e vão embora.

A noite cai e Morgan repensa sobre o fato de ter desistido de salvar a vida daqueles que o acompanharam no Texas. Em uma conversa solitária pelo walk talkie, ele revela que se sair daquela condição, retornará ao estado do sul dos Estados Unidos para tentar reencontrar seus amigos mais recentes.

Em uma cena de total desespero do personagem, ele salta do carro e acaba encontrando um canivete, rompendo o atilho que prende suas mãos e lutando com os walkers pela sua vida. No fim, ele parte em busca de Alicia e os demais.

Quando chega na mesma ponte na qual ele teve seu surto psicótico e desistiu de ir ao Texas, Morgan reencontra Sarah, Wendell e Jim. Eles afirmam que seguiram as coordenadas dada por Morgan e não chegaram a lugar algum. Dessa forma voltaram para que ele os guie para Alexandria. Morgan aceita, mas impõe condições: uma carona até o Texas. No caminho eles vão distribuindo novamente as caixas de mantimento com as escritas que foram reunidas antes de Wendell e Sarah furtar o caminhão.

O episódio termina com uma mulher misteriosa ouvindo Morgan tentar falar com Alicia no walk talkie pelo rádio que mais cedo apareceu na loja de conveniência. Ela tem um zumbi preso com uma barra de ferro na parede através do pescoço e fala com ele, escrevendo em seu rosto a frase vista na caixa e afirmando que “Eles iriam voltar para o Texas”.

Nova personagem que aparenta tom de vilania.

Enfim, The Code foi um episódio que nos apresentou quatro novos personagens. Personagens que possuem oscilações de confiabilidade durante os quarenta e seis minutos em tela. A audiência ainda não pode ter muita certeza sobre quem eles são e o quão atrativos serão para o enredo, mas aparentemente Sarah e Wendell demonstrarão bastante sobre a relação que desenvolveram juntos nos anos de apocalipse.

Quanto a Jim, trata-se de uma pessoa – que até onde declara-  nunca esteve exposta ao novo mundo. Provavelmente terá que se esforçar muito para se acostumar às ruas e vez ou outra colocará os demais em perigo, necessitando ser salvo. Sua solidão e distância de todos os eventos (considerando-se que passaram minimamente três anos desde o inicio do surto) precisa ser explicada, pois é difícil de se conceber a ideia que Jim até aquele momento não havia se deparado com mortos vivos e nunca cruzou o caminho de outros sobreviventes.

Sobre Morgan, acho difícil opinar sendo imparcial. Nunca foi um personagem que me aprouve e suas oscilações de personalidade sempre me deixaram extremamente incomodado. No episódio People Like Us, o personagem demonstrou um desenvolvimento aprazível e começou a demonstrar sinais de que finalmente poderia vir a finalmente ser alguém complexo e profundo. Mas, na atual semana, sem explicações Morgan voltou a surtar e mostrar vulnerabilidade mental. Sem motivação alguma resolveu esquecer as pessoas do Texas quando já estava se aproximando delas novamente e se voltou em direção a Alexandria, mas no final do episódio se arrependeu e tornou a se dedicar em encontrar as pessoas do Diamond.

Seria Morgan o personagem mais incoerente do Universo The Walking Dead?

O episódio cheio de idas e vindas, com uma noção espacial e geográfica questionável até para os próprios residentes do país (quem dirá para nós brasileiros) acabou se tornando em um enredo sem muita coerência e construção linear. Se queriam apresentar novos personagens, isso não poderia ser feito no Texas, nas proximidades de onde Morgan estava quando se desvencilhou de Alicia? Porque retomar essa inconsistência comportamental do personagem se diversas vezes a audiência já demonstrou não se agradar desse aspecto nele?

O episódio talvez se mostre necessário mais para frente, mas na atual fase da história pareceu mais uma oportunidade mal aproveitada de seguir uma história crescente. Assemelhou-se com uma forma preguiçosa e desleixada de inserir os novos personagens na história, sem precisar fazer muito esforço em explicar e criar um sentimento de curiosidade quanto aos pontos comuns entre Sarah, Wendell, Jim e a mulher misteriosa no final.

A real necessidade de carregar Morgan até o Mississípi foi apenas – aparentemente – uma outra maneira de calarem os fãs que gostariam de entender como estava o restante do país. Para a história, o Mississípi não teve utilidade fática e nem influenciou no desfecho do episódio e a forma como a mulher das caixas coincidentemente foi se deparar com Morgan a 1.300 km de onde Althea e June viram suas marcas, soou apelativo. Qual a chance real de duas pessoas se cruzarem em uma área aproximada de 4.000 km²?

Enfim, precisamos ver os desdobramentos dos enredos dos novos personagens e aonde essa história irá levar Morgan e os demais sobreviventes, mas tudo pareceu bastante pequeno se comparado a todos os outros dez episódios do quarto ano de Fear the Walking Dead que antecederam o décimo primeiro.

Mas e você? O que achou de The Code? Gostou e discorda totalmente da nossa análise? Deixe um comentário abaixo com suas perspectivas quanto ao episódio dessa semana e vote na enquete.

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Fear the Walking Dead vai ao ar as segundas-feiras, às 22h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.

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