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Review Fear the Walking Dead S04E02 – Another Day in the Diamond: Quando o spin-off supera sua geratriz
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do segundo episódio, S04E02 – “Another Day in the Diamond”, da quarta temporada de Fear the Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Evidentemente eu enfrentarei problemas com os árduos fãs de The Walking Dead, mas está se tornado cada vez mais complicado não ser totalmente justo com Fear. A série derivada tem cumprido com êxito a remissão dos erros passados da série que a gerou. Fear acerta até mesmo em episódios que teriam tudo para tornar a trama monótona e desgastante.
É exemplo o episódio dessa semana, que introduz as conquistas de Madison, mas que sabe dividir bem o tempo de tela entre apresentar a comunidade construída pela protagonista e a ação da luta diária pela sobrevivência.
A forma como Fear vem brincando com o passado e mantendo segredos ocultos do público é glorioso. É uma maneira de prender a curiosidade daqueles que assistem a série. Da terceira temporada até agora não sabemos muito sobre como tudo se desenrolou até o ponto em que os personagens se encontram. Mas já sabemos que muitas coisas aconteceram e que traumas foram gerados a partir do final do terceiro ano da série. Estamos presos a várias questões que a cada episódio se desdobram em múltiplas outras.
Enquanto The Walking Dead subestima a inteligência do público se desgastando em explicar coisas óbvias, Fear cria enredo em torno da cognição do espectador que precisa estar disposto a ligar evidências para entender exatamente o que está sendo passado em tela e entender os rumos da série. É óbvio que a previsibilidade da série mãe que é sustentada pelos quadrinhos é um fator contrário a ela e que a liberdade criativa de Fear é ponto favorável, mas se os universos são os mesmos, a série derivada tem se demonstrado passos a frente de sua genitora.
Enfim, falando pontualmente do episódio dessa semana, podemos ver que Madison é uma grandiosa líder, totalmente capaz de erguer uma comunidade do zero. A informação que temos é que após passarem algum tempo indeterminado ao esmo, o grupo de Madison conseguiu no interior de um estádio de baseball construir uma colônia estruturada com energia, plantações e toda a sustentabilidade necessária para se manter por algum período. A única data que nos é dada com certeza é que desde que o grupo saiu das ruas para se abrigar no local e que começaram a fortifica-lo, passaram-se 365 dias.
A comunidade dela agora parece enfrentar os primeiros problemas. Com 47 residentes que foram sendo angariados na medida em que o local se desenvolvia, os alimentos estocados não serão suficientes para um extenso limite de tempo e as plantações de hortaliças começam a indicar estado de inanição.
A humanidade de Madison talvez seja seu maior defeito. Quando Charlie, uma garota que aparentemente possui idade fixada entre oito e onze anos, é encontrada vagando solitária e acolhida no Diamond, à líder do local se empenha a localizar os pais dela para que ela não cresça na incerteza da sobrevivência deles. Madison, Luciana, Strand e Alicia compõe o grupo de busca e partem ao encontro de respostas sobre Charlie.
Uma breve relação entre Charlie e Nick é firmada no episódio, trazendo à tona uma garota totalmente aberta a amizades e dispostas a entender bem o local no qual está vivendo. Charlie pergunta sobre tudo o que é possível, desde o quanto de alimento eles possuem estocado até o como poderão resolver os problemas com as hortaliças. Nick, evidentemente se mostra solicito em estabelecer amizade com a garotinha e lhe responde tudo o que é questionado.
Enquanto Nick luta com problemas deixados pela explosão da barragem na terceira temporada, o grupo de buscas se divide em duplas: Madison e Alicia rumam para a parte externa da pequena cidade na qual Charlie indicou ter visto os pais pela última vez e Strand e Lucina se mantém em seu interior, vasculhando os prédios.
De Luciana e Strand conseguimos extorquir que ambos lutam com motivos do passado que seriam capazes de afastá-los do grupo. Há algo na conversa misteriosa dos dois que nos traz evidências de que o tempo entre a terceira temporada e a quarta não foi inteiramente de paz para o grupo. Algo aconteceu entre Strand e Madison que a levaria questionar sua fidelidade a ela, bem como entre Luciana e Nick que não parecem totalmente acertados quanto as razões que fizeram ela fugir do rancho.
Entre Alicia e Madison, finalmente parece que entenderam seus lugares dentro da relação. Não parece haver mais quaisquer dúvidas quanto ao amor de mãe e filha entre elas que já fora problema central entre ambas. Aliás, as duas formam uma ótima dupla em cena. Alicia evidentemente não é mais a adolescente inocente das primeiras temporadas e é totalmente imponente portanto sua arma.
Quando Madison se vê ameaçada por uma mulher desconhecida que tenta furtar o carro que os levou até o local, Alicia, Strand e Luciana conseguem a cercar. A mulher consegue se esgueirar e subir para cima de alguns silos que fazem parte do cenário. Madison e Alicia tentam convencê-la de que ela pode fazer parte da comunidade de onde veem, mas por descuido ela acaba caindo por meio de um buraco para dentro do silo que está lotado de óleo e walkers famintos. Madison determina que Alicia abra o acesso do local enquanto ela salta para dentro para ajudar a desconhecida na luta pela sobrevivência. Tudo acaba bem na missão, exceto pelo fato de que não conseguem achar os pais de Charlie.
Nick, que luta com o medo de ter que enfrentar o mundo exterior finalmente decide tomar providências, já que o grupo de busca está demorando demasiadamente. Assim, ele pega um carro e tenta sair do local, mas acaba colidindo com um poste e não consegue avançar o quão longe seria necessário.
Quando o grupo de busca retorna, na companhia da mulher desconhecida, descobrimos que ela se chama Naomi e é uma enfermeira. Uma ótima adição para o grupo e uma personagem com forte tendência a desenvolvimento.
Entretanto, a paz em Diamond é interrompida quando caminhões se acampam em sua porta de saída. Tudo se desdobra em descobrirmos que há uma traidora dentro do estádio-colônia. E surpreendentemente nos deparamos com uma traição dolorosa para Madison: Charlie, a garota pela qual eles empenharam suas vidas é uma “laranja” para o grupo de novos inimigos e se infiltrou em sua comunidade para extrair informações para o grupo que, ao que tudo indica, saqueia comunidades a fim de sobreviverem.
Ao que tudo indica, Madison terá problemas grandiosos com sua colônia, uma vez que estão enfrentando grandes problemas com as hortaliças que provavelmente não renderão absolutamente nada e os suprimentos podem não ser suficientes por muito tempo e agora estão inevitavelmente impedidos de saírem em busca de algo a mais já que os inimigos se mantem firmes a sua porta.
No final, somos transportados para o momento em que Alicia, Nick, Luciana e Strand confrontam Althea, John e Morgan na estrada. Quando Althea revela que ela encontrou a bandeira de marcação 51 em uma comunidade devastada, Alicia solicita que ela os guie para o local.
Um dos únicos pontos “negativos” do episódio foi Madison suja de óleo/graxa/lodo. As cenas eram sombrias, com ela confrontando o líder de outra comunidade que estava se opondo a ela, mas ao menos o redator aqui não conseguia leva-la a sério. Não porque a interpretação de Kim Dickens não era suficiente, mas porque era impossível olhar pra ela com aquele cabelo desgrenhado e não dar risada.
Enfim, parece que teremos grandes conflitos no grupo para combater os Abutres (nome que é revelado para os antagonistas) e para a manutenção de Diamond. Mas, em ponto a comunidade, a líder tem se demonstrado totalmente competente em sua função. Madison, embora com as ameaças do exterior, continua se empenhando na fortificação interna do local o que atraí a atenção dos residentes que se comovem e começam a ajuda-la.
Enquanto brinca com a mente do público e com as linhas temporais, Fear se mostra competente em desenvolver uma trama instigável à audiência. Personagens totalmente curiosos e profundos são adicionados à trama e trazem chances de enredos totalmente únicos pra história. Além do mais, Fear parece conseguir usar melhor o tempo de cena de cada um, maneja facilmente o desenvolvimento dos protagonistas como também o dos personagens regulares. Há múltiplas histórias concorrendo ao mesmo tempo em que se atam de forma coerente. Em contraponto ao que a série mãe faz, Fear não se esquece de seus personagens e dá importância a cada um deles, o que torna ainda mais rico o enredo.
Uma história bem escrita com um enredo que cada vez mais torna questões evidentes é o que é necessário para uma boa série se desenvolver. Nesse ponto, The Walking Dead precisa aprender com a “filha”. O público não precisa necessariamente de respostas rápidas para entender a história, pelo contrário, a audiência gosta de ser surpreendida quando é levada a ter impressões divergentes do que realmente está sendo apresentado. Surpresas são necessárias quando se trata de televisão.
Então, o que você achou do episódio dessa semana e da forma como a história de Fear tem se desenvolvido? Deixe um comentário abaixo evidenciando suas impressões sobre essa nova temporada e suas pretensões para o futuro da série. Queremos sua opinião para acrescer a nossa!
Fear the Walking Dead vai ao ar LEGENDADO aos domingos, às 22h30, e DUBLADO as segundas, às 23h30, no AMC Brasil. Consulte sua operadora de TV para mais informações.
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